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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Água benta para minha cura

Escrevo para adormecer sobre estes lençóis quentes dum coração pequeno que na sua pequenez se enrosca na sua própria solidão.


Vem de dentro um sopro sem mágoa
Um sussurro que embate numa parede fria
Respirar compassado fugindo para uma lagoa
Lavando depois a mãos numa grande pia
Não sei para onde vou
Nem sei se quero ir
Mas um dia se sonhou
Que talvez partiria
Almas amarguradas
Olhares
Mentes transtornadas
Revolta e lares
Belisco-me para acordar deste sonho
Procuro nas palavras soltas a solução
Nem sei se quero ir
Se fico sem coração
Onda que desejo surfar
Caminhos e passagens soberbas
Um mundo sempre a lutar
Gritos que veem das trevas
Ó mar
Revolta dos tempos modernos
Gritos abafados pela agonia
E ao longe ouve-se os compassos
Duma linda sinfonia
Caio em mim nesta cama fria
Ouve-se um ligeiro toque na porta
Salto e ela sorria
Era miragem solta
E a escuridão reaparece
Não sei se quero ir
Dos vales da minha terra
O cheiro de castanhas
O olhar da serra
E as ovelhas prenhas
Musgo verde de liberdade
Riachos de água pura
Será simplesmente saudade

Água benta para minha cura

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