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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Em Campo Aberto...



Corri em campo aberto contra o vento
Esse que me queima a cara e a alma
Cartas sem destinatário neste momento
Para gentes de outros tempos e com calma

Entre mãos o sofrimento da vida
No olhar a acalmia do alento
Mas escrevo palavras só com ida
Para lugares de sotavento

Caminhei
Gritei por ti estavas longe
E neste momento de sossego
Desejo adormecer no teu regaço
Seja ele o meu aconchego
Deste meu medo do acaso
Gritei
De longe em longe o teu respirar
Pelas frestas da parede aragem
Que me mata com este ar
Longe de outras paragens
Criei
Um quadro se mi negro
De tão negro que não tinha luz
E dentro dele um ponto
Para se fazer a contraluz
Desfraldei
Bandeiras de sangue vivo
Em batalhas que construí
Agora que por aqui vivo

Neste poema o dilui


Cantei
Letras de nobres poetas
Com tinta fez historia
Terminaram nas fileiras
E sem ganharem vitórias
Rescreverem-na
Fazendo as suas memórias

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Dor na planície



 

Cai a noite aos nossos pés
Que entorpecidos pelo cansaço
Se deleitam entre mantas
Procurando o calor dos nossos corpos
Embebendo-se em ternas palavras
E adormecendo
O assobio lá fora embala os nossos corpos
E pela noite dentro sentimo-nos muito próximos
Ora virados a jusante onde o rio nos leva
No seu doirado navegamos nas manhãs calmas
E ao raiar da alvorada um som nos desperta
Do quarto ao lado onde a fome chega
O seu gemido nos faz despertar entre o gelo
O dia começa
Estão vivos neste Portugal em pedaços
Sem saber o dia de amanhã
Mas ambos munidos pelos mesmos laços
Sorriem e nos fazem sorrir
Mesmo no sofrimento damos alento
Afinal o dia esta a começar

Fevereiro_o teu olhar





Um verde que há muito não se via
Aragem sem cheiro a maresia
Um a rosa que brotou alegria
No campo que percorro durante o dia

Perto de amigos e de emoções
No trilho recalcado de ilusões
Que se vão perdendo aos montões
Ao longo da vida e dos empurrões 

Amanhã novo dia 
Nova alegria novo olhar
É um dia diferente para muita gente
E para mim não seria diferente
Se não fosses tu teres entrado
Sim estares ao meu lado

Onde muito poucos chegarão
De pé mesmo perto do chão
Estendendo a mão de punho fechado
Cerrando os dentes para não ferir

Afinal o dia é teu vamos sorrir
Neste novo lar em construção
Onde ambos tentamos oferecer
A estes dois que nos acompanham
Um dia a cada momento
Sem sofrimento

ESVOAÇAR...

  Deixei-me ir ao sabor do vento Até encontrar a minha praia Fiquei sentado um momento Não sei onde anda a minha saia Escuto a mel...