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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Quando o frio aperta.

Quando o frio aperta.

Nesta cadeira gelada por dentro
Palavras tento encontrar de alento
Para lá da janela da sala
Onde o sol não queima
E o vento esse corta
Gelado impiedoso
Sem medo do medo
Somente só
Em terras distantes
Por momentos ausentes
E de certezas duvidosas
Do que ouvimos e sentimos
Para lá do sol
Cerro os meus olhos
E distancio-me da vida
E sinto a tua voz aqui
Que me dá a força
Eles no abc da vida
O sino toca entre muralhas empedradas
Com a história da nossa vida
Caminheiros e muitas vezes escuteiros
Entre laço e o apego à vida
Essa que jamais será perdida
Poderei dizer muito vivida
Subo as escadas e procuro o teu cheiro
Que ficou nos lençóis da nossa cama
Estamos a caminho de fevereiro
E lá fora começa aparecer a lama
 Sol esse endiabrado ilumina sem aquecer
Na soleira da casa o frio é de prever
Aguardo o dia pacientemente
Que o comboio apite
E o teu sorriso apareça


[só em casa]

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Último dia.


Corri de pés molhados na areia fina do meu mar

Senti dentro de mim o vento que bulia sem parar

E no olhar duma criança que já partiu

Tempo para ver os meus amores a respirar

 

Tantas e tantas ondas chocam sobre os meus pés

E continuou a percorrer este me país de lés a lés

E a palavra que se escreve ele não viu

Lá longe um dia descansará nos sopés

 

E na minha tumba contra a minha vontade

Na lápide que se deslumbre

Aqui se deitou nunca mais partiu

Um fogo, coração, uma alma que arde

O assobio do vento que passa

  O vento que lá fora assobia Não traz nada simplesmente frio No beiral aconchega-se uma cotovia De asa de lado estará ferida A cria...