Queria
tanto estar por perto para me sentires
Olhar-te
nos olhos sem me veres
Sorrir
para ti entre as nuvens
Num
calor que tarda em partir
Vento
esse que barafusta
Assobia
em dias de agonia
Esconde-se
pela noite dentro tímido
De
madrugada por entre as frinchas da janela
Abraça-me
no meu imaginário
Por
tudo aquilo que sonho e não consigo
Dou
conta em mim no mesmo sonho
A
solidão
Lentamente
estendo o meu braço
Sem te acordar acaricio o teu corpo
Enroscas-te
sem medo
Adormeço
Quando
acordo a cama está fria
Partis-te
pela penumbra ainda escondida entre portas
Aguardo
a qualquer instante um toque para me levantar
Eles
ali bem perto dão mais uma volta na cama
E
o dia está prestes a começar
O
sonho esse partiu quando senti frio
Ficou
o sabor do teu beijo
Que
perdurará até ao teu regresso lá pela tardinha
Depois
vem mais um dia
Somente
a solidão essa se agarra aos meus ossos
Como
carraça na pele do cão que há muito deixou de latir
O
vento de Inverno que veio de mansinho
Para
acalmar um verão extenso e calorento
Sim
posso por enquanto sonhar
Mas
não posso dizer ao Centeno
Para
não me cobrar
A
solidão
De
uma mão cheia de nada
Do
lado de lá da rua
Sem
sorrisos nem mimos
O
dia vai passar
E
pela janela da sala espero