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sábado, 12 de dezembro de 2015

SIM!!!


Corri em terras movediças sem saber
Levantei pedras de rosa à beira mar
Quando dei por mim estava a escrever
Versos para meu amor sem rimar

Não desejo ficar só o resto da vida
Entre montes de frio e calor
Neste Alentejo sem igual
Onde se sorri só pelo seu amor

Caminhei dias por montes sem fim
Acreditei na palavra bem escrita
Entre o estolho a bolota e o jasmim
Foi por mim alguns anos descrita


Quando disse SIM

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Frio e que frio...


Nem chuva
Nem sol
Só frio pela madrugada
Não é nenhuma embrulhada
Simplesmente a vida
Que um dia se decida
Na montanha do meu País
Que sempre o quis
Das minhas palavras
Mesmo danadas
De saudade
Será da idade
Batem à porta
Será a sorte
De nada me vale
Afinal era um sonho
Tão medonho
Que o rio me levava
Esse furioso
Do lado de lá da vida
Despida
E cheio de frio

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Voo nocturno


Voar sem asas em modo seguro
Olhar na distância do nosso tempo
Brilho que nos deixa o olhar mais puro
Entre linhas do nosso alento

Sobre um muro que se encerra
Na madrugada do frio intenso
Algumas palavras se emperram
O amor esse é imenso

Há variações talvez da leveza
Desses sons muito baixos
Não essa não é avareza
Nem problemas com os tachos
O sol penetra pela janela entreaberta
Os pombos pavoneiam-se nas alturas
E lá longe a morte se esgueira
Aproxima-se com ligeireza
Retorna e se entorna em cima da mesa






 [LP]

sábado, 29 de agosto de 2015

------fim da linha----


Cinquenta e quatro anos depois…
Saltos e sonhos de pequeno
Esbarram na indiferença
Dos sentimentos
Cinquenta quatro anos depois
Voltou a solidão o medo o desconforto
A perda de ti mesmo no meio da multidão
A raiva quando te olhas no espelho
A fuga que te desperta o coração
Não quero perder-te
Mas o sofrer é algo que mata minha alma
Desgasta auto estima
E sonho da fuga para além das tormentas
Apodera-se do meu cérebro
Tudo vazio até a alma
Tudo frio a cama a comida o chão
As lágrimas brotam a toda a hora
A loucura não tarda em aparecer
E depois
Eu só no meio da multidão
Sem solução


Adeus filhos que amo muito FGFAL

Dança com os lobos...


Na procura de refúgios sem jeito
Dos tenneger’s dos tempos modernos
Acha que o que faz é bem feito
Em terras de Diana nos dias de sacrilégios

O vento que sopra sem jeito
O miúdo não deve achar piada
Dorme fora do sei leito
Por caprichos da manada

São saltos, danças, passeios…
Sentem-se os uivos da alcateia
Se forem pequenos os desvaneios
O tempo levar-nos-á a Galileia

Sinto a falta do barulho
Detesto esta bonança
Mas se for um grande mergulho
Vem vindo à nova dança...

domingo, 26 de julho de 2015

Quero Me Casar Contigo

Quero me casar contigo
Não me abandones
Tenha compaixão
A coisa que eu tenho
Mais medo na vida
É saber que um dia
Posso perder teu coração
Não fale nem de brincadeira
Nem pense nunca nunca
Em me deixar assim
Viver sem ti
É perder o teu carinho
Meu Deus do Céu
Que será de mim ?

sábado, 11 de julho de 2015

Solidão II

Uma cama vazia de nada
Sorrisos que abalaram
Choro em cima da almofada
Dias e dias que se calaram

Não sinto o seu andar
Os gemidos do quarto do lado
A luz que tarda em se apagar
Um dormir de sobressalto

Solidão

Casa feita de nada e sem alma
Cozinha abandona de comida
E sala desfeita dos sorrisos
A porta entreaberta na esperança
Como tarda essa mudança 

Partiu e levou consigo o calor
Deixo que esse ardor me consuma
Sinto sim uma grande dor
Soletro a palavra amor uma a uma

terça-feira, 7 de julho de 2015

Solidão I




Sem querer viver a só na escuridão
Nos lamentos que tantos e tantos nos dão
Cada um com clareza deverá ter a sua visão
Sem depois querer dizer que foi ingratidão

O tempo passa devagar em duas vias
Ou quem sabe em quatro todos os dias
Mas amanhece sempre em solidão
E ninguém lhe quer dar a mão

Morre antes da morte
Sofre antes do flagelo
Fica à sua sorte
Ouvindo a musica do Mindelo

Serão uivos de escarnecer
Maleitas dos nossos tempos
Sinto falta de vocês sem adormecer
Sofro serão outros ventos

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Os dias mais longos...frios


A morte bateu à porta, num dia de tanta agonia.
Era tarde, nem sabia, se tinha ido o dia.
Magoei, eu sei, sinto isso dentro de mim.
Mas espero que não tenha sido mesmo o fim!
Nesta casa quadrada, quase sem nada,
Nem ventos nem gemidos, eu, só e a morte.
O calor já aperta, ou certo já nem isso me afecta.
As camas vazias, a sala desfeita e cozinha aberta.
Preso por fio na esperança da vida, um grito abafado
Sabendo eu que ninguém me ouvia nem o cão que latia.
Na rua sem gente, sem nada, sem sorriso, um lamento.
Os dedos tremem, o coração chora a toda a hora, sem saber o que fazer.
É a maior espera, aqui neste meu porto de braços atados e palavras de medo.

Que amanhã me perca….
Ou que alegria volte...

sábado, 28 de março de 2015

Raiva!!!


Criei dentro de mim uma ilusão
Um momento uma satisfação
Que só eu poderia vencer
E nunca pensar em ler
Para lá da emoção
Sim as certezas absolutas
Dos que nunca erram
Mas das minorias atrozes
Ou mesmo ferozes
Hoje no momento
Não sei se lamento
Dou razão
Para sua satisfação
É isso a emoção
Do momento
Do lamento
Sei lá do outro alento
Do momento

Sinto-me só

sexta-feira, 20 de março de 2015

Ir até ao fim do mundo...


O mundo que nos segue e por vezes foge

As letras que outrora escrevíamos em vão

O sonho que se perdeu na luz da escuridão

O sabor a lima ou a limão

Acentua o gosto no céu-da-boca

Ilumina-nos por entre as trevas

Descalço percorre este caminho

Gritando ao caminheiro

Que com o seu cajado não pára

Segue no seu passo ligeiro

De azul talvez mais claro

Bate no céu lá ao longe

E desaparece na curvatura

Da longa vida da saudade

São sabores

Odores

Tristezas em mão alheia

Que escrevo para ti meu amor

Que nos vamos ver à hora da ceia

E sentados nessa mesa cansados

Das caminhadas deste agora nosso Alentejo

Fitamo-nos aos quatro e abraçados

Adormecemos doutra maneira

Não

De alguma maneira vamos sair

Vamos sim um dia fugir

Nem eu sei bem para onde

Pode ser para o fim do mundo

quinta-feira, 19 de março de 2015

Pai






Sinto a tua falta das palavras
Do saber que incutias em todos nós
O olhar meigo pelas madrugadas
Dos teus netos chamando pelo avós

Barba branca aparada
Andar inconfundível
Uma dor que não sarava
Das percas duma vida

Lutaste e foste vencido
Pela maior das dores
Mas nunca esquecido
Pelos filhos e admiradores

Como o tempo passa
E a todos nós nos consome
Urge ele que já escassa
No leito frio dorme

Nas noites longas em família
Que passávamos de tempos em tempos
Algumas vezes parecia homilia
Outras já estávamos muito lentos

Fazes falta isso tenho a certeza
Sinto falta pura das verdades
Hoje dia de tristeza
Porque sinto muitas saudades.

Aurora!!!






Senti dentro de mim um aperto
Da escrita agonizada do aldrabão
Que de nada saber se diz informado
Roubando a palavra a cada mão

É o mundo na quebra dos sentidos
O que se ouve sem se saber
Dizem-se muito unidos
Mas caem de maduros ao amanhecer

Palavras que o tempo nos consome
Dizeres que o povo outrora respeitava
Olhares amedrontados com fome
Daquilo que se disse e não se amava

Partiu
Deixou no ar o sofrimento de criança
Levou consigo a esperança
Mas não vai voltar

O assobio do vento que passa

  O vento que lá fora assobia Não traz nada simplesmente frio No beiral aconchega-se uma cotovia De asa de lado estará ferida A cria...