Número total de visualizações de páginas

sábado, 26 de março de 2016

AJAL

Sinto dentro de mim a mágoa de vos ter perdido
Era noite quando soube o que acontecera
Um jantar especial que afinal não terminou
Porque pelo Norte resolveste partir
Era uma costela uma alma um sorriso que partiu fora de tempo
Uma dor que nunca sarou e que muitos não conseguem entender
Mas o tempo esse corre aceleradamente e sete anos depois
A mesma mágoa diferente mas também sentida
A casa essa ficaria para sempre despida de gente
Porque os que por cá ficaram sós avançam na escuridão
Perderam carne da própria carne mas seguem em frente
Ficaram com os momentos passados que ainda hoje vagueiam
Mas o mundo não parava e ciclicamente partiu mais um
O porta-estandarte que nos unia que nunca virou a cara
Recordo como o lutador mesmo com a sua própria vida
No seu sofrimento abafado partiu tudo estremeceu
Não houve hinos nem bandeiras e se as houvesse de vermelho se tingiam
Herói caiu de pé sem nunca se ajoelhar
E nesta estrada tão estreita com tantas ratoeiras
Partes tu sem dizer nada sem um lamento nem sofrimento
No teu dormitar sereno como tanto querias
Afinal desceste ao povoado entre milho e arroz
Descobriste o amor e por eles lutas-te
Agora as lágrimas essas secaram e dentro de mim à dor
A porta está aberta e lá ao fundo vejo-vos
Reunidos em mármore gelado onde o pó chegou
Que a todos vós levou sem nos perguntar se podia
Afinal o Pai assim ditou
"Do pó viemos e ao pó voltaremos"

O assobio do vento que passa

  O vento que lá fora assobia Não traz nada simplesmente frio No beiral aconchega-se uma cotovia De asa de lado estará ferida A cria...