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sábado, 25 de junho de 2022

A ESPERANÇA É UM SONHO ACORDADO



Uma manhã diferente de tantas outras

No olhar levo a esperança de um povo

E um emaranhado de palavras soltas

Que muitos de vós me chamaram de tolo

 

Mas levo também muita esperança

De tempos idos em terras do Mondego

Que por demais deseje a lembrança

Adormeço neste meu sossego

 

Sonho com verdejantes arrozais

E das tardes calmas e quentes

Que por entre esses milharais

Deixei decerto algumas sementes

 

Agora a quilómetros de distância

Sinto o pulsar dessa minha gente

Possivelmente será a minha ignorância

Mas a vida faz-se correndo para frente

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Vaga de espuma branca


Acordo de madrugada com cheiro a maresia

Abro a minha janela virada para este mar

E com o olhar no horizonte tudo o que eu via

Era a faina que dia após dia me fazia levantar

 

Com os remos nas minhas mãos fortes

Lanço-me sobre ondas de espuma branca

Por momentos fico entregue às minhas sortes

Que Deus me traga vivo para terra santa

 

Costa de Lavos que te deixo por momentos

Terra que um dia vi amanhecer

Somos Homens de muitos sofrimentos

Pela arte que dia após dia vamos vencer

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Flor da Vida


Adormeço com o cheiro dos lírios do jardim

Que um dia inventei para ter só para mim

Pois nem jardim tenho nem pequeno quintal

Mas sonho com esse lugar tal e qual

Como desejo sonhar que saberei um dia escrever

Para que ao leres te sintas bem contigo mesmo

E me poderes devolver numa folha de papel

Uma palavra um verso ou um pequeno sorriso

Da janela do meu quarto que também não tenho

É grande claraboia para ver o espaço e as estrelas

Desse firmamento do meu e só meu pensamento

Que um dia sonhei que seria astronauta

Fiquei-me por tocador duma simples flauta

Que nos meus recantos de pausa mirando o mar

Julgava-me tocador encantado da serpente

Essa que vagueava sem parar na minha mente

Cerrava os meus olhos para voltar ao jardim

Sentir novamente esses odores agora de alecrim

Seria Páscoa como eu a recordava desde miúdo

Ouvindo os sinos da igreja lá da aldeia

Muitas vezes ouvi tocar para as carpideiras

Gritarem aos filhos que por lá ficavam

Longe de nós do outro lado do mar em terra alheia

Leva eu com mãos pequeninas a cruz de cristo

Depois de tantos enterrar já nem chorava

Porque as lágrimas essas já secaram

Das amarguras das tristezas e revoltas que não paravam

De chegar à minha terra natal bem fechada

São imagens da infância que ficaram

E não partem 

NA ONDA

 

NA ONDA

Na vida de muitas correrias

E tantas alegrias

Alguns dissabores

E tantas dores

Sorrio para os demais

Que se acham capazes

De me infernizarem

E nunca me amarem

Não

Aqui com o pé no chão

Dando-te a minha mão

Levantando-me a todo o momento

Sem sentir o sofrimento

Que me fazes ao coração

Ou pelo facto de não teres noção

Do que é amar em segredo

E nunca por nunca ter medo

De ir mais além

Na barca sem remos

A sentir o vento

Na dobragem do tormento

Com vista para terra

Nesse imenso horizonte

Seja de dia ou de noite

Na bolina sem pressa

Porque depois regressa

Ao porto de Abrigo

Esse é o meu destino

Deitar-me no chão

Com pedras desenleadas

Como eu me senti

Nos dias das abaladas

Ribombava

Neste meu mar que é teu também

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Caminhadas pelas nossas Terras

Caminhamos lado a lado em lugares diferentes

Com mares rios e vales de muitas cores

De um lado mais frio do outro bem quentes

Mas nunca deixamos entrar rancores

 

Criamos em nós o sorriso afável

As palavras nos unem eternamente

A descontração essa inestimável

E o trato esse sempre premente

 

Lágrimas nos caem na entrevista

Porque o coração esse também chora

Seremos sempre um ser ativista

Na defesa do Associativismo na hora

 

Viagens pelas Freguesias da nossa terra

Gentes que cantam o trabalho duro

Seja nos vales ou em plena serra

Lá estaremos nem que vá de burro



terça-feira, 7 de junho de 2022

VIAGENS PELAS FREGUESIAS


 

Percorremos caminhos sublimes

Cheios de graça e grande beleza

Nunca por nunca os subestimes

A sua força e toda a sua firmeza

 

Momentos recordamos com saudade

Duma pandemia que muito levou

Não será por isso que na sua idade

Desistem e por nunca os derrotou

 

Abrem portas janelas e claraboias

Colocam água nos vasos sedentos

Seguram-se com força as suas boias

E desfrutam por isso todos os momentos

 

Viagens pelas Freguesias seguem em frente

Mesmo com muitos dos seus lamentos

Trazemos história de antes até ao presente

Que vos transmite em todos os momentos

ESVOAÇAR...

  Deixei-me ir ao sabor do vento Até encontrar a minha praia Fiquei sentado um momento Não sei onde anda a minha saia Escuto a mel...