Escrevo
para adormecer sobre estes lençóis quentes dum coração pequeno que na sua
pequenez se enrosca na sua própria solidão.
Vem
de dentro um sopro sem mágoa
Um
sussurro que embate numa parede fria
Respirar
compassado fugindo para uma lagoa
Lavando
depois a mãos numa grande pia
Não
sei para onde vou
Nem
sei se quero ir
Mas
um dia se sonhou
Que
talvez partiria
Almas
amarguradas
Olhares
Mentes
transtornadas
Revolta
e lares
Belisco-me
para acordar deste sonho
Procuro
nas palavras soltas a solução
Nem
sei se quero ir
Se
fico sem coração
Onda
que desejo surfar
Caminhos
e passagens soberbas
Um
mundo sempre a lutar
Gritos
que veem das trevas
Ó
mar
Revolta
dos tempos modernos
Gritos
abafados pela agonia
E
ao longe ouve-se os compassos
Duma
linda sinfonia
Caio
em mim nesta cama fria
Ouve-se
um ligeiro toque na porta
Salto
e ela sorria
Era
miragem solta
E
a escuridão reaparece
Não
sei se quero ir
Dos
vales da minha terra
O
cheiro de castanhas
O
olhar da serra
E
as ovelhas prenhas
Musgo
verde de liberdade
Riachos
de água pura
Será
simplesmente saudade
Água
benta para minha cura