Carreguei a cruz sem o saber
Espinhos se me cravaram
na testa
Afinal é preciso muito sofrer
Até para dormir uma
sesta
Um copo de vinho
Um naco de pão
Pode ser mesmo tinto
Sentado em pleno chão
O vento esse assobia
Mas mantem-se tudo
quente
Há um canto de cotovia
E a lua está eloquente
Sobe a calçada
apressado
Desejo sentir o teu
pulsar
Por vezes ando um pouco
stressado
De tanto subir este
andar
Na mesa de tempos em
tempos
Repasto de chorar por
mais
Mas depois vêm outros
ventos
E todos vós vos calais