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quarta-feira, 30 de agosto de 2023

O PULSAR

 




Carreguei a cruz sem o saber

Espinhos se me cravaram na testa

Afinal é preciso muito sofrer

Até para dormir uma sesta

 

Um copo de vinho

Um naco de pão

Pode ser mesmo tinto

Sentado em pleno chão

 

O vento esse assobia

Mas mantem-se tudo quente

Há um canto de cotovia

E a lua está eloquente

 

Sobe a calçada apressado

Desejo sentir o teu pulsar

Por vezes ando um pouco stressado

De tanto subir este andar

 

Na mesa de tempos em tempos

Repasto de chorar por mais

Mas depois vêm outros ventos

E todos vós vos calais

Verão que vais abalar


Nas palavras que deixei de escrever

Sentimentos que partiram sem asa

Em tardes calmas até ao entardecer

Vou lutar até ao fim por esta causa

 

Olhares perdidos no quarto escuro

Em odores vagueando pelo ar

Sou assim para lá de ser puro

Porque amar é sentir e desejar

 

Navegas em águas um pouco agitadas

Num mar que tem tudo para ser calmo

Ali bem perto vão terminar as gaitadas

 

Deste verão que passou a correr 

Entre tantas coisas por fazer

E esse teu gosto de ler


quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Meu Rio...

 


Acordei neste meu rio imaginário

Onde o sol nascia lá bem distante

Ouvindo o som de um canário

Em calmas águas por um instante

 

O reflexo me deixava encantado

Preso por momentos no pensamento

Depois tentava descobrir fitando

O que ficava para lá do firmamento

 

E assim segui o meu caminho

Sobre águas ao sabor da corrente

E o canário lá ficou no seu ninho

 

Hoje em terras distantes caminho

Perdi-te meu rio o conhecimento

Salve-se estes lençóis de puro linho

ESVOAÇAR...

  Deixei-me ir ao sabor do vento Até encontrar a minha praia Fiquei sentado um momento Não sei onde anda a minha saia Escuto a mel...