Número total de visualizações de páginas

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

A rua que dava para o rio.

 


Descendo a rua que me leva ao rio

Deixo os meus pais em chão raso

E tantos outros que perderam o pio

Mas não vou criar mais um caso

 

Os olhos não alcançam imagens de outrora

Onde os peixes saltitavam de alegria

Pescávamos ao abrir da aurora

Pão chouriço e um pouco de sangria

 

Resta-nos as memórias com saudade

Do dormitar no meio do canavial

Eu sei tínhamos outra idade

Mas era a nossa várzea fluvial

 

Ao longe a torre da igreja

Ali perto o Velho Marinheiro

Um copo de tinto que se veja

Tremoços e pipocas do milheiro

 

Ainda por lá se caminha

Em muitas outras direções

Mas ficou sempre preso à linha

A carpa o barbo e alguns pimpões

 

Vem o barqueiro na sua barca

No varejo com precisão

Ali mesmo que ele atraca

Vendendo o que traz no alçapão

 

Hoje nada disso existe

O morro tapou-nos a miragem

Mas o Povo esse persiste

Acabar de vez com a pilantragem


Sem comentários:

ESVOAÇAR...

  Deixei-me ir ao sabor do vento Até encontrar a minha praia Fiquei sentado um momento Não sei onde anda a minha saia Escuto a mel...