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quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

A eira amarela…

 



Sei que palavras escrevo no sofrimento

Nas histórias tantas vezes contadas

Nestas ruelas encardidas devido ao tempo

Numa eira cheia de saudades aladas

Que hoje recordo a minha mocidade

 

Batia-lhe o vento na tarde escaldante

A passarada esperava atenta seu tempo

E os movimentos sincronizados da gente

Que se movia durante o seu passatempo

Na espera do sino e da sua sonoridade

 

Por fim descansava comendo a bucha

Embrulhada no pano colorido na cesta

Aproveitando para olhar a pequerrucha

Que dormia ali ao lado a sua sesta

E olhava a tua beleza com promiscuidade

 

Rapidamente voltávamos ao trabalho

Porque o sol esse ainda estava alto

A passarada lá se mantinha no seu galho

Chilreando como fosse rolinha-do-planalto

As mulheres cantavam a sua religiosidade

 

Finalmente o sol desaparecia no horizonte

Entre os montes da Abrunheira

Era hora de levar o cântaro à fonte

Acender o lume e libertar da canseira

Apagar o candeeiro e entrar na cumplicidade

 

O vento assobia a sua música preferida

O frio entrava rapidamente e já se sentia

Na pele despedida de roupa uma ferida

E as rugas de um tempo duro que não fugia

Foi assim o tempo da minha mocidade

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ESVOAÇAR...

  Deixei-me ir ao sabor do vento Até encontrar a minha praia Fiquei sentado um momento Não sei onde anda a minha saia Escuto a mel...