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sábado, 26 de julho de 2014

Francisco...


Francisco seu nome
Nasceu de um amor profundo
Corre ao sabor do tempo
Entrou de sorriso neste mundo
Criança de pensar rápido
De fingimentos matreiros
De olhares doces
E de birras constantes
Algumas delirantes
Outras assim a assim
Francisco
Olhar em ziguezague
De corridas repentinas
Respostas rápidas
E muito sabidas
Dos seus quereres
Seus gemidos
Seus afazeres
Partindo tudo
Descobrindo
Enfim

Viver

Alentejo...


Entre os girassóis deste monte
Em que me sento e descanso
Com o meu amor de fronte
Por vezes com algum pranto

Pranto da distancia da família
Olhar fixo no firmamento
Um pensar em Inês ou Lucília
Por vezes até sinto um chamamento

Lá longe onde o sol cai
Onde a estrada se deixa de ver
Aparece a imagem do pai
Que já nos deixou de atender

Passos de miúdos na varanda
Sorriso de orelha a orelha
Nesta terra de boa fama
Onde os bois se pegam de cernelha

Sois da meia-noite em terras bravias
Ares madrugadores
Bando de cotovias
Barulhos de tractores

O vento passa lentamente
Como se quisesse parar
Esse ar benevolente
Ouve-se o seu assobiar

Cantigas de outros tempos
Da faina dos campos
São momentos
São encantos
São lamentos
Sãos descansos

sexta-feira, 7 de março de 2014

Solidão


Perdido no meio do tempo
Solidão atroz desalento
Vou para outra margem
Sim vou só e sem bagagem

Dentro de mim levo o sofrimento
Perdi-me entre o alimento
Levo o amor de tantos vós
E uma ferida atroz

Queria viver para sonhar
Ou sonhar para viver
Mas nada disso consigo
Mesmo Tu sendo meu amigo

Necessito de tempo
Tempo que jamais voltará
Necessito de todos vós
Parto ao deus dará

Não sei o que dizer
A vida é um tormento
Seja ela uma vida de sofrimento
Ou mesmo uma vida de desalento

Dinheiro aos potes
Pequenos como todos vós
Não tenho calotes
Mas uma ferida atroz

Parto sem deixar rasto
Necessito de morrer
Quem sabe para voltar viver
E comer um melhor repasto

Solidão
Num país que me destruí-o
Que me viu nascer
Afinal morrer é isto mesmo

Quero gritar da minha janela
Mas a voz empregada no horizonte
Nas imagens da minha infância
Nem força para olhar o monte

Quero partir mas até isso tenho medo
Não de mim mas dos que ficam
Pequenos e desamparados
Azuis e castanhos

E amigos
Perdoam-me
Forças que partem
Alentos que se invadem
Tristezas vividas
Sinto-me só rodeado de tantos outros
Trabalho para que se a tristeza é isso mesmo
Amigos
Inimigos
Nem sei bem por que será
Que a vida afinal é como é
Um dia deitado outro de pé
Grito esse abafado

Até ao sopé

ESVOAÇAR...

  Deixei-me ir ao sabor do vento Até encontrar a minha praia Fiquei sentado um momento Não sei onde anda a minha saia Escuto a mel...