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domingo, 28 de março de 2021

UM DIA MAIS QUE OUTRO

Nota do Autor

Cheguei a mais uma meta e espero que outras mais venham, cheias de amizade e saúde para ver crescer os meus filhos.

Os dias vão passando e quem diria que estaria neste momento a escrever para todos vós. Sim porque com as maleitas que por aí andam cheguei a pensar que ficaria pelo caminho.

São nada mais nada menos que sessenta anos de muitas experiências que como compreendem ficará para minhas memórias. 

Hoje aqui onde Portugal termina e o mar começa recordo uma terra que fica exatamente no oposto que em muito marcou a minha adolescência Bragança.

Mas é do Lorvão que vos venho falar, uma aldeia escondida entre montanhas pejadas de castanheiros, pinheiros e eucaliptos terra que me viu nascer.

Escrevo para vos contar uma pequena história, leva-me aos anos 60. Devíamos estar em 1967/68, a benjamim da família rondava os três anos e nessa altura resolveu fazer testes para paraquedista e ao lançar-se da janela de um primeiro andar dos altos, ficou roxa, azul e sei lá mais que cores que os demais ficamos todos a olhar sem saber o que fazer. Infelizmente dessa altura só ela ainda está entre nós, sei que amanhã a minha mãe me vai ligar como sempre o fez durante muitos anos, dizendo: - “Filho foi ontem não foi?” onde esteja vai ter que esperar mais algum tempo.

Tantas e tantas histórias e historietas que tenho para contar, mas fica para outro dia.

Deixo isso sim um poema.

 

UM DIA MAIS QUE OUTRO

A manhã está calma muito calma

Nas estradas vazias o vento sopra

E o mar esse no horizonte se espalma

Pelas frechas ele assopra

 

Quem diria que este seria o meu dia

Aqui no quinto virado para esse meu mar

E longe de todos os que eu aplaudia

Resta-me a satisfação de poder sonhar

 

Foram tantos e tantos dias de alegria

Que num poema não cabe tudo

Claro que em alguns eu sofria

Mas considero-me um sortudo

 

E agora aqui sentado vos escrevo

Neste dia muito feliz

Desejo um simples trevo

De quatro pétalas que condiz

 

Amanhã outro dia

Diferente do anterior

Enfim simplesmente sorria

Paz e muito amor

sexta-feira, 19 de março de 2021

PALAVRA

 


Na palavra

A força desta amarra que nos sustenta

O vento sopra

E em parte é ele que nos alimenta

Quem és

Dentro dessa redoma refugiado

Vais de lés a lés

Sinto-me um pouco angustiado

Mas não vês

Nesse teu sorriso vitorioso

Que perdemos

Se não lutarmos em uníssono

Quem seriamos

Se fosse tudo tão fácil

O que diríamos

Amém

Pai

Tantas coisas que ficaram por dizer

Só sei perdi muito em não conhecer

Os teus sonhos e muito do teu ser

Nos passeios pelas palavras ao entardecer

 

Por vezes refugiávamos nesses molhados

Recordações que ficávamos amargurados

Para quem perde alguns dos seus amados

Sabíamos que não voltaremos a olhá-los

 

Foram horas perdidas as que estivemos ausentes

Naqueles anos em Bragança bem quentes

Onde todos sofremos e ficamos doentes

Na alma no coração e nas mentes

 

Partiste sem te vergar

Senti isso no teu olhar

Por isso por tanto te amar

Perdoa-me um dia vou voltar

 

Hoje tão perto da solidão

Do cerrar os olhos e sentir o coração

Gostava de te dar novamente a mão

Enfim serve de alento esta oração


ESVOAÇAR...

  Deixei-me ir ao sabor do vento Até encontrar a minha praia Fiquei sentado um momento Não sei onde anda a minha saia Escuto a mel...