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quinta-feira, 24 de novembro de 2022

NA PRAÇA

 

Foto de Dilita - Blogue Renda de Birras

NA PRAÇA

 

De fronte da grande casa

Sentado nos bancos frios

Vendo a passarada a dar à asa

Para lá onde se juntam os rios

 

Rio velho e rio novo e uma vala desaparecida

Uma terra sem gente uma terra adormecida

 

Mal pintada calçada bonita

Nem o cheiro das espigas

Nas vestes das suas gentes

Nem sorrisos de criança

Que brincavam em roda-viva

 

Outros tempos de pobreza

De calças arremedadas

Da chieira da carroça

Do barqueiro atarefado

 

Nesse rio de águas transparentes

Da pesca com o tresmalho

Passando no fundo bem rentes

Gritando para lá da Barca ao Ramalho

 

E ficou-me na retina

A pasteleira a rodar

Onde se aprendia andar

Com grande dificuldade

As luzes acendiam-se e a correr

Subíamos a viela

Porque lá do alto da janela

Tudo ela vigiava

Era Montemor mesmo que não fosse Maior





quarta-feira, 2 de novembro de 2022

CARLA

 


Viajei de lés a lés e encontrei o meu rio

Lá do alto o castelo vigiando o povoado

Depois ao cair da noite tudo fica sombrio

E pela manhã reaparece tudo enevoado


O poço da cal com as suas águas calmas

Peixe que salta com muita alegria

Juntos aqui todos batemos palmas

E em nada esta noite está fria


Jovem que jovem era de mil flores

Sorriso afável de presença bonita

Por vezes no sofá abafando a suas dores

Aqui escutando esta música catita


Para ti do reino dos Algarves

Da distância que nos liga

Um beijo para que melhores

Para que tua vida siga


ESVOAÇAR...

  Deixei-me ir ao sabor do vento Até encontrar a minha praia Fiquei sentado um momento Não sei onde anda a minha saia Escuto a mel...