NA PRAÇA
De fronte da grande casa
Sentado nos bancos frios
Vendo a passarada a dar à asa
Para lá onde se juntam os rios
Rio velho e rio novo e uma vala desaparecida
Uma terra sem gente uma terra adormecida
Mal pintada calçada bonita
Nem o cheiro das espigas
Nas vestes das suas gentes
Nem sorrisos de criança
Que brincavam em roda-viva
Outros tempos de pobreza
De calças arremedadas
Da chieira da carroça
Do barqueiro atarefado
Nesse rio de águas transparentes
Da pesca com o tresmalho
Passando no fundo bem rentes
Gritando para lá da Barca ao Ramalho
E ficou-me na retina
A pasteleira a rodar
Onde se aprendia andar
Com grande dificuldade
As luzes acendiam-se e a correr
Subíamos a viela
Porque lá do alto da janela
Tudo ela vigiava
Era Montemor mesmo que não fosse Maior
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