Uma
imagem surge desfocada no tempo
Remorsos
dos anos quem sabe sessenta
Tento
que se lhe leve com o vento
Esta
poeira que nunca mais assenta
Um
filho rebelde com a sua rebeldia
Olhar
tão terno que sou incapaz
Quem
sabe se algum dia
Nem
que seja quando tenha paz
Nos
seus rasgos de pinturas
Que
herdou da sua avó
Sinto
neles muita ternura
E
por vezes se me dá um nó
Vivo
sempre a correr
Como
se fosse uma maratona
Mas
os sonhos me fazem sofrer
E
memórias antigas vêm à tona
Quem
me dera parar o tempo
Quem
me dera ser o seu pensamento
Quem
me dera um sorriso por dentro
Quem
me leva este sofrimento
O
vento esse que entra de mansinho
Pela
janela virada para o mar
Batendo
na roupa devagarinho
E
na minha cara me faz suar
Dizem
que vem do deserto
Com
esse brilho cintilante
Quente
agreste aqui bem perto
Olho
o céu e vejo-o tão brilhante
Um
passeio para arrefecer
Com
vistas para este mar
É
um fim ao entardecer
Viagem
que me veio chamar