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quarta-feira, 18 de abril de 2012

"Viver"



Quero viver outra vez
Deixar para trás tudo o que me apoquenta
Partir pela estrada despida de gente
E sentir na minha cara a brisa da manhã
O frio esse que me desperta
E a tua mão na minha mão
À nossa frente as crianças
Que num saltitar até parece
Que a vida começa mesmo ali
Parto e nada deixo para trás
Levo comigo a saudade
Essa que nunca partirá
De te ter visto partir tão cedo
E por momentos até senti medo
Mas não sempre me ensinas-te
Olhar em frente passo a passo
Como sempre fiz
Olho para sala e vejo-te no lugar de topo
De cabelos brancos palavras sábias
Tanta falta me fazes
Naquilo que não dizias e que eu via
Naquilo que transmitias e eu sentia
Foram tardes e noites de conversas amenas
Que afinal recuperamos passados tantos anos
E foi essa distancia que nos aproximou
E que eu senti o Amor que Deus me levou

Dormitar....



Este frio que demora a partir
Pela madrugada dentro
Cerro os meus olhos para sentir
O bater do coração e me concentro
Num ponto no infinito
Mesmo cá dentro
Sem desalento
O meu dormir
Do outro lado bem abafado
Ele dorme sossegado
Sinto o respirar
E por vezes o seu leve sonhar
E mais além do lado de lá da porta
Uma luz de presença quase não se nota
Mas ele lá esta entre mantas escondido
Nem se dá por ele de tão embrulhado
Naquelas mantas que o deixam sossegado
O dia esse tarda em chegar
Com o fim de semana que passa a correr
E a espera é longa é o nosso viver
Sempre perto e tão longe
Nem dá tempo para sofrer
Afinal neste País que se afunda
Nem o melhor timoneiro
Poderia atracar aqui o seu veleiro
Mandam-nos partir ou talvez sumir
Fazem da nossa terra uma coutada
E tiram-nos a nossa Liberdade

Palavras...



Um verso sem rima
Com cor e um pouco de dor
Um verso sem alma
Com sabor e odor
Palavras que se juntam em manifestação
Que falam de tudo e de  nada
Até dizem que não há coração
Perdem-se com chuva ou com sol
Em estradas inclinadas outras rectas e sem fim
Riem-se umas das outras e até choram
Quando sentem a dor de não ter sabor
São palavras e nada mais
São sonhos que não se concretizaram
Contos de outros tempos que findaram
Palavras nada mais do que isso

O assobio do vento que passa

  O vento que lá fora assobia Não traz nada simplesmente frio No beiral aconchega-se uma cotovia De asa de lado estará ferida A cria...