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sábado, 28 de março de 2015

Raiva!!!


Criei dentro de mim uma ilusão
Um momento uma satisfação
Que só eu poderia vencer
E nunca pensar em ler
Para lá da emoção
Sim as certezas absolutas
Dos que nunca erram
Mas das minorias atrozes
Ou mesmo ferozes
Hoje no momento
Não sei se lamento
Dou razão
Para sua satisfação
É isso a emoção
Do momento
Do lamento
Sei lá do outro alento
Do momento

Sinto-me só

sexta-feira, 20 de março de 2015

Ir até ao fim do mundo...


O mundo que nos segue e por vezes foge

As letras que outrora escrevíamos em vão

O sonho que se perdeu na luz da escuridão

O sabor a lima ou a limão

Acentua o gosto no céu-da-boca

Ilumina-nos por entre as trevas

Descalço percorre este caminho

Gritando ao caminheiro

Que com o seu cajado não pára

Segue no seu passo ligeiro

De azul talvez mais claro

Bate no céu lá ao longe

E desaparece na curvatura

Da longa vida da saudade

São sabores

Odores

Tristezas em mão alheia

Que escrevo para ti meu amor

Que nos vamos ver à hora da ceia

E sentados nessa mesa cansados

Das caminhadas deste agora nosso Alentejo

Fitamo-nos aos quatro e abraçados

Adormecemos doutra maneira

Não

De alguma maneira vamos sair

Vamos sim um dia fugir

Nem eu sei bem para onde

Pode ser para o fim do mundo

quinta-feira, 19 de março de 2015

Pai






Sinto a tua falta das palavras
Do saber que incutias em todos nós
O olhar meigo pelas madrugadas
Dos teus netos chamando pelo avós

Barba branca aparada
Andar inconfundível
Uma dor que não sarava
Das percas duma vida

Lutaste e foste vencido
Pela maior das dores
Mas nunca esquecido
Pelos filhos e admiradores

Como o tempo passa
E a todos nós nos consome
Urge ele que já escassa
No leito frio dorme

Nas noites longas em família
Que passávamos de tempos em tempos
Algumas vezes parecia homilia
Outras já estávamos muito lentos

Fazes falta isso tenho a certeza
Sinto falta pura das verdades
Hoje dia de tristeza
Porque sinto muitas saudades.

Aurora!!!






Senti dentro de mim um aperto
Da escrita agonizada do aldrabão
Que de nada saber se diz informado
Roubando a palavra a cada mão

É o mundo na quebra dos sentidos
O que se ouve sem se saber
Dizem-se muito unidos
Mas caem de maduros ao amanhecer

Palavras que o tempo nos consome
Dizeres que o povo outrora respeitava
Olhares amedrontados com fome
Daquilo que se disse e não se amava

Partiu
Deixou no ar o sofrimento de criança
Levou consigo a esperança
Mas não vai voltar

O assobio do vento que passa

  O vento que lá fora assobia Não traz nada simplesmente frio No beiral aconchega-se uma cotovia De asa de lado estará ferida A cria...