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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sons das palavras


Cada palavra tem uma cor um som

Dentro de mim como um ruído incisivo

Sempre que as lias sem saber o seu tom

Lá fazia eu um pequeno desvio


Mas leio com os olhos bem abertos

Nesta janela virada para mundo

Não fosse eu ler poemas descobertos

Na tela pintada mesmo lá no fundo


Com os olhos ainda fundeados

Nas palavras essas com tantos sons

Quando os leio fico desnorteado

Não sei se é pelos finos tons


São negros de um negro escuro

Como se chuva estivesse para vir

Tento dar-lhe um brilho e decoro

Para que lá no fundo possa sorrir


Mas esta lágrima teima em tombar

Sem que lhe tenha dado permissão

Continuo a ler a saga ali mesmo no bar

Mas lá no fundo vou-lhe dar a mão


Cada palavra um safanão

Cada linha um abanão

No final se não dermos a mão

Tudo tomba e ficamos no chão

O assobio do vento que passa

  O vento que lá fora assobia Não traz nada simplesmente frio No beiral aconchega-se uma cotovia De asa de lado estará ferida A cria...