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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Comboio em andamento



Longe os tempos da tempestade
Momentos que juntos vivemos
Viveremos pela simplicidade
Da vida que ambos queremos
Chorai agora que posso partir
Cerrando eles próprio para dormir
Chorai entre lágrimas salgadas
Entre lamentos perdidos
Entre ais e sofrimentos sofridos
Mas esse teu olhar doce
Ou diria antes agridoce
Que me deixa sentir
A brisa que paira no ar
O fumo que se transforma neblina
O perfume que sinto nas narinas
Olha-me e deixa-me sonhar
Um sonho que tarda em chegar
De paz dentro de mim
De momentos sem fim
E tudo treme na passagem
Mesmo que fosse para outra margem
Sobre um rio que conhecemos
Que tantas e tantas vezes percorremos
De olhares distantes pelo tempo
De miragens
Pois é a vida essa que nos persegue
E que nos acorda deste sonho
Dizendo-nos que afinal
Somos mortais como tantos outros
Que na penumbra dum quarto fechado
Sentem na própria pele a fome o frio e a desgraça
Essa mesmo sem graça
Que nos bateu à porta
Quando estávamos de viagem
Para lado de lá onde o Chico toca
E o gemido da sua guitarra
Nos deixar voltar a sonhar
Como alma sentida desta vez contraída
De vaidade do que se tem e não tem

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

GERAÇÃO QUE AOS FILHOS TUDO DEU




GERAÇÃO QUE AOS FILHOS TUDO DEU

Esta foi a geração

Que aos filhos tudo deu

Que comeu pão com pão

E com sacrifício sobreviveu

Esta foi a geração

Das sopas e calças remendadas

Dos pés descalços e solidão

Que assim trilhou caminhos e estradas

Esta foi a geração

Que começou a trabalhar muito cedo

Que não teve direito a educação

E que hoje empurram para o degredo

Esta foi a geração

Que para o país mais contribuiu

E que mais deu à nação

E dela pouco ou nada se serviu

Esta foi a geração

Que mais na vida trabalhou

Que não teve direito à educação

E com sacrifício seus filhos criou

Esta foi a geração

Que fez dos seus descendentes doutores

E que mandam hoje na nação

Mas a trata como pessoas menores.

 


Calem-se...


Mandam-se calar as vozes
Adormecer os animais
O sino deixa de tocar
Para que tudo fique calmo
Já não ladram
Já não comem
Coitados dos que ficam
No frio do norte
Presos pelos pecados
A falar baixinho
Desliga-se do mundo
Porque esse está lá
Presente aos pé dos seus
Um chamando quem não vê
Outro  chorando pelo que vê
Adormecem na tristeza
Da casa abandonada
Onde frio entra e nada sai
Por enquanto a saudade
Se é que isso que se chama
A falta da verdade
Do frio na cama
Cama que me aquece a alma despedaçada
Amargurada
De sentir os silêncios provocados
Pelo toque do telefone
Afinal já não ladram
Já não comem
E os sinos pararam de tocar
Para não acordar
O “menino” que se encontrar a olhar

O assobio do vento que passa

  O vento que lá fora assobia Não traz nada simplesmente frio No beiral aconchega-se uma cotovia De asa de lado estará ferida A cria...