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terça-feira, 16 de março de 2010

Passo a passo...



Corria eu descalço pela rua
Dentro de mim a Liberdade
Sem medos e sem amargura
E uma mão cheia de felicidade

Olhos nos olhos de verdade
Como canções do entardecer
Recordo a minha mocidade
É essa força do meu viver

Balanço na contra dança
Revejo um malmequer
Nem tudo é finança
Mas que ajuda a vencer

A meu lado gente querida
Uns mais velhos do que outros
Todos os caminhos têm uma ida
Só fugir dos mais tortos

Uma vida uma alma um olhar
O estremecer no despertar
Um sorriso embriagado
De tanto sentir e amar

sexta-feira, 5 de março de 2010

Terra do Norte



Percorri trilhos e vi vales verdejantes
Acordei com a passarada pela alvorada
Já tinha visto muito disto antes
Quando vivi para lá da madrugada

Acordei um dia em terras distantes
Que o tempo me levou andar
Pelas injustiças dos debutantes
Fui obrigado a caminhar

Tempos passados momentos bonitos
São esses que ficam no meu olhar
Deixamos agora o ruído e os gritos
Será que já podemos falar

Dúvidas são mais que muitas
Mas todos podemos escrever
Afinal é verdade as lutas
Para controlar o saber

Nota: Vivia na altura em Bragança data de 1975

quinta-feira, 4 de março de 2010

Renascer




O renascer das cinzas por entre fumos
O correr na estrada sem saída
O grito abafado dos defuntos
Histórias e historietas caídas
Mundo dos grandes sem pudor
Podridão cheia de bolor
Ratos e ratazanas em agonia
Pela chuva que cai
E o vento que assobia
Mãe onde estou eu
Em que mundo
Ou já morri
Se morri de que maleita
Se o meu mal foi unicamente a deita
Não me digas por favor
Porque o que mais me custa
É esta dor
Dor que tarda em sair
Sinto os meus ouvidos a zunir
Nem comboio nem camião
Nem bicicleta pela mão
Desejo isso sim paz
Fico-me mesmo no chão
Este que me viu levantar
E pelo qual aprendi a andar
Não vou de empurrão
Segura-me isso sim na minha mão
E sente o que eu sinto
Este frio no peito
E o bater do coração
Meu filho consegues dizer não
Choro por dentro
Por fora é ilusão
Desejo isso sim dar-te o meu coração
Porque tudo o resto me levaram
Me despejaram de tudo
Não da alma nem do coração
Esses são meus e teus
E de mais alguém
Que me entenda e compreenda
Porque este Mundo é uma ilusão
Olho para o rio fundo e negro
Que passa aqui perto mas nem água leva
Nem me posso atirar porque seria desilusão
Aqui mesmo ao meu lado pequeninos e lindos
Dormem descansados e a seu lado
O meu Amor por ele não posso desistir
Mas lá no fundo tenho uma dor
Que o tempo vai sarar
Porque afinal vais conseguir dizer não
E todos juntos te aclamarão

segunda-feira, 1 de março de 2010

Menino...




Sem se saber o bem que faz
Sentir a presença do ser
Sem saber o mal que traz
Sentir a distância de não se ver

Nestes caminhos escondidos
De palavras aos solavancos
Ficamos muitas vezes ofendidos
E perdemo-nos nos flancos

Sorriso que tarda em chegar
Memórias que atrofiam a mente
Tenho saudades em te abraçar
E fugir deste lugar somente

De malas aviadas pela mão
Lá vamos os quatro pelas ruas
Jamais vamos sentir a solidão
E os medos das noites escuras

Volta depressa para o meu lado
Abraça-me com muito carinho
Pareço um miúdo mimado
Quero andar ao teu lado devagarinho

Hora certa...




Catorze e trinta desta tarde de Inverno
Nem os sinos tocam
Nem sinto o coração
O calor aperta
Desperta
Amarra
A mente e o vento que passa
Dando a mão
Num simples abanão
Passaram alguns minutos
Ou talvez não
Para que tenha pressa de terminar
Este pequeno poema de ilusão
Ou talvez não
Afinal que horas são

Tarde calma...




Carrego no meu regaço o vento da vida
E desço de mansinho pela colina descalço
Desejo que seja um caminho só de ida
Porque dentro de mim sinto um percalço

Incómodo transtorno ou uma simples contrariedade
Não desejo ficar sem este pensamento
Desejo sim sentir que tudo isto é mesmo verdade
E tudo é fruto da minha mente

Desço à terra onde os mortais se reúnem
Em praças sem mordaças sem olheiras
De noites mal dormidas onde todos se unem
Junto às casas brancas soalheiras

O menino corre pelos seus pés de Liberdade
Sem saber que o trovão está para vir
Como vai ele bonito pela idade
E como é bom sentir o que estou a sentir

Tarde que tarda a chegar ao seu lado
Para que possamos ambos brincar
Por vezes até fico um pouco amuado
Mas não passa de um simples olhar

Ilusão...





Quero sair deste marasmo onde me encontro
Onde palavras vagueiam sem saber o seu poiso
Onde nomes me absorvem a mente
Onde gritos de madrugada me acordam
São lamentos são ais são tudo menos mente
Mente que adormece neste leito bonito
Aconchegado pelo teu calor
E acorda com o gemido de menino
Mente que deseja sentir o rebento
Que a passos largos caminha à nossa frente
E em toques subtis apresenta as formas da vida
Quero adormecer sem os pensamentos
De acordar novamente com eles na mente
São tantos os nomes os locais de proibição
Que esta pequena mente fica descontente
Por ainda ser de noite uff é uma ilusão.

Assobio...





Corre nessa estrada onde o vento assobia
E deixa para trás esses dias de agonia
Vai de olhar além onde a imaginação
Dentro de ti a vê tão bem com admiração
Vestida de branco de branco celeste
E por minutos saboreio um beijo que me deste

Fico-me por estas palavras com algum sentido
Mas que decerto me vai ficar bem contigo
E depois de olhar a tua beleza
Fico bem isso é uma certeza

O assobio do vento que passa

  O vento que lá fora assobia Não traz nada simplesmente frio No beiral aconchega-se uma cotovia De asa de lado estará ferida A cria...