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quinta-feira, 28 de março de 2013

Um dia


O vento que sopra de mansinho
Alentejo que o sol ausentou-se
Vou andando devagarinho
Esperar sentado o meu almoço
Em breve um sorriso
Um alento
Sem tormento
Uma garfada
Um trago
Afinal esta vida a cair
Seja este dia um dia de ânimo
Seja um dia para sorrir
Amigos mais que muitos
Que enviaram suas mensagens
Suas preces seus abraços
Seus olhares por esta vida
Uma vida de sofrimento
Onde os demais sem tormento
Nos fazem tanto mal
Acordai neste dia
Um dia até normal
Nasci no início da guerra
E com ela cresci
Vi morrer sofrer essa dor
Que hoje esquecida
Pensava de partida mas não
Tocam as trombetas as requintas
Passasse o lustre as botas
Limpam-se as armas
Apura-se a pontaria
E entre muros negros
Deste negro que nos assoma
Cresce o grito de revolta
Que não sabemos qual norte
Nem que força vá ter
Mas dentro de todos
Há um crescer
Uma dor que tarda em partir
Um amor que surgiu no tempo
Um filho que continua a sorrir
Sem saber que esse sorriso vai pagar imposto
E depois de sair não vai voltar a sorrir
É o medo dentro do coração
É a desilusão permanente
Destas políticas atrozes
Deste meu descontentamento
Enfim o desalento
Mas afinal hoje faço anos
Voltou o sorriso
Será aviso
Quero viver
Sorrir e fazer sorrir
Afinal dentro desta dor
Há muito amor

ESVOAÇAR...

  Deixei-me ir ao sabor do vento Até encontrar a minha praia Fiquei sentado um momento Não sei onde anda a minha saia Escuto a mel...