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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Um passeio matinal



Uma manhã como tantas outras
O vento sopra de mansinho
Eu devagarinho
Passeio sem norte
Não que me queira perder
Mas unicamente o facto de viver
Sinto essa necessidade
De correr devagarinho
Pelo caminho
Sem oposições
Nem travões
Eu e o meu vento
Seja ele forte ou fraco
Unicamente enamorado
Num único passo
Esse pode até ser compassado
Recorda-me alguém que desejo seguir
E que pelo facto de ser pequeno tenho de correr
Não que ele fuja
Mas pela pressa de o acompanhar
Esta manhã faço-o sozinho
Não vejo os pássaros da mesma forma
Nem as cores coloridas que sempre víamos
São mais negras desbotadas
E onde estão as pessoas enamoradas
Será que partiram
Ou simplesmente se esconderam
Para que se possa despertar
E continuar a andar
Que manhã mais sombria
Até parece domingo
Com esta brisa fria
Caindo por aí um pingo
Que agonia
Não cheira a nada
Perdi o olfacto
Que semanada
O carro apita e com razão
Vou pelo meio da estrada
E em contra mão
Tenho de parar para pensar
Mas nem isso eu desejo
Quero isso sim caminhar
Como se tivesse companhia
Mas quer o destino esta ironia
Voltar a casa onde todos me esperam
E todos vamos passear
Uns ao colo outros andar
Será que mais tarde me vou recordar
Destes passeios matinais
Ou destas tardes de família
O tempo o dirá
Porque hoje afinal e quarta feira
Não sendo dia de feira
É um dia normal

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