Quando o frio
aperta.
Nesta cadeira
gelada por dentro
Palavras tento
encontrar de alento
Para lá da
janela da sala
Onde o sol não
queima
E o vento esse
corta
Gelado impiedoso
Sem medo do medo
Somente só
Em terras
distantes
Por momentos
ausentes
E de certezas duvidosas
Do que ouvimos e
sentimos
Para lá do sol
Cerro os meus
olhos
E distancio-me
da vida
E sinto a tua
voz aqui
Que me dá a
força
Eles no abc da
vida
O sino toca
entre muralhas empedradas
Com a história
da nossa vida
Caminheiros e
muitas vezes escuteiros
Entre laço e o
apego à vida
Essa que jamais
será perdida
Poderei dizer
muito vivida
Subo as escadas
e procuro o teu cheiro
Que ficou nos lençóis
da nossa cama
Estamos a
caminho de fevereiro
E lá fora começa
aparecer a lama
Sol esse endiabrado ilumina sem aquecer
Na soleira da
casa o frio é de prever
Aguardo o dia
pacientemente
Que o comboio
apite
E o teu sorriso
apareça
[só em casa]
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