Sentido o odor desta maresia
Que de longe se aproxima de terra
Entra em meu corpo como poesia
E em breve vamos para a serra
Levamos no olhar a gratidão
Dos que deixamos há dias
Saudamos os vindouros com a mão
Olhamos os pastos onde há crias
Somos da planície do mar e da serra
Percorremos as freguesias com amor
Mas há mais valor que o homem da terra
Com suas alfaias e o seu suor
Sentamo-nos ouvindo muitas histórias
Algumas delas quase a choramingar
Outras tantas talvez impróprias
Essas nem vos vou contar
Venha o Zé o Manel e o ti António
Depois a Maria a Zulmira e a Albertina
Dizem alguns que são campónios
Escutamos os dizeres ao som da concertina
Visitamos castelos mosteiros e moinhos
Redescobrindo muitas lendas de encantar
Andamos de barca e a pé pelos caminhos
Nos arvoredos nas lezírias a saltitar
É a alegria da comunicação
Que desfrutamos a quatro ventos
Fazemo-lo apenas por grande devoção
Quando visitamos alguns conventos