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segunda-feira, 20 de junho de 2022

NA ONDA

 

NA ONDA

Na vida de muitas correrias

E tantas alegrias

Alguns dissabores

E tantas dores

Sorrio para os demais

Que se acham capazes

De me infernizarem

E nunca me amarem

Não

Aqui com o pé no chão

Dando-te a minha mão

Levantando-me a todo o momento

Sem sentir o sofrimento

Que me fazes ao coração

Ou pelo facto de não teres noção

Do que é amar em segredo

E nunca por nunca ter medo

De ir mais além

Na barca sem remos

A sentir o vento

Na dobragem do tormento

Com vista para terra

Nesse imenso horizonte

Seja de dia ou de noite

Na bolina sem pressa

Porque depois regressa

Ao porto de Abrigo

Esse é o meu destino

Deitar-me no chão

Com pedras desenleadas

Como eu me senti

Nos dias das abaladas

Ribombava

Neste meu mar que é teu também

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Caminhadas pelas nossas Terras

Caminhamos lado a lado em lugares diferentes

Com mares rios e vales de muitas cores

De um lado mais frio do outro bem quentes

Mas nunca deixamos entrar rancores

 

Criamos em nós o sorriso afável

As palavras nos unem eternamente

A descontração essa inestimável

E o trato esse sempre premente

 

Lágrimas nos caem na entrevista

Porque o coração esse também chora

Seremos sempre um ser ativista

Na defesa do Associativismo na hora

 

Viagens pelas Freguesias da nossa terra

Gentes que cantam o trabalho duro

Seja nos vales ou em plena serra

Lá estaremos nem que vá de burro



terça-feira, 7 de junho de 2022

VIAGENS PELAS FREGUESIAS


 

Percorremos caminhos sublimes

Cheios de graça e grande beleza

Nunca por nunca os subestimes

A sua força e toda a sua firmeza

 

Momentos recordamos com saudade

Duma pandemia que muito levou

Não será por isso que na sua idade

Desistem e por nunca os derrotou

 

Abrem portas janelas e claraboias

Colocam água nos vasos sedentos

Seguram-se com força as suas boias

E desfrutam por isso todos os momentos

 

Viagens pelas Freguesias seguem em frente

Mesmo com muitos dos seus lamentos

Trazemos história de antes até ao presente

Que vos transmite em todos os momentos

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Sonhos reais



São cheiros deliciosos que pairam no ar

Borboletas dançando o bailado final

E juntos podemos voltar a amar

Basta para isso um pequeno sinal

 

Na distância das palavras que escrevi

Nos tempos que vão longe só para ti

Sinto que vai chegando o meu fim

Entre paredes opacas adormeci

 

E nos sonhos tão reais deste mundo

Que viajo só para te conhecer

Entrei no comboio e dei tudo

Espero por ti ao amanhecer

 

Pé ante pé-de-meia calçada

Em bicos andas para não me acordar

Depois sais a correr e lançada

Para mais uma aula ires dar

 

O descanso vai acabar brevemente

A azafama diária está a voltar

A vida corre aceleradamente

Fico só com muito tempo para sonhar

Noites entre palavras



No teu olhar encontro o meu descanso

Sobre este mar que me acarinha

Muitas vezes me vem beijar os pés

Deixando-me perdido por ti rainha

 

Quero-te tanto que me doi a alma

Percorrendo o areal és a minha varina

Juntos vamos de lés a lés

Nunca por nunca te deixo sozinha

 

Águas do meu rosto são salgadas

As do teu quente que me dão alento

Percorro então estas terras alagadas

Para terminar em tardes quentes ao vento

 

Diria o filho mais novo sorridente

Vamos até à praia brincar

Mortinho ele está para dar ao dente

Ao gelado que tu lhe vais comprar

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Ontem e depois...

 

Caí a noite entre estrondos de bombas

Mulheres de choros perdidos

Gritos de crianças abandonadas

Corpos em valas amontoados

E tu aí triste e desconsolado

Por te sentires abandonado

Num país de interesses

Pensando em liberdade

Afinal a falsidade

Que vence por inteiro

Das nove a uma

Neste Pais caloteiro

Aí que me dera viver essa liberdade

Que cantam sem saber

Afinal aconteceu

Liberdade vista do outro lado

Que não se importa onde termina

A tua liberdade afinal

Liberdade… liberdade, liberdade

Deixem-me dormir

domingo, 24 de abril de 2022

Passo a passo

 Queria escrever sobre a Liberdade que nunca me faltou

Dizer-te tantas palavras que ficaram por dizer

Mas o tempo esse que nos enganou nunca parou

Hoje ao ver-me ao espelho sinto a falta de não te ver

 

Cerro os meus olhos e entro nos meus sonhos

Subi a serras e muitos planaltos deste país

Percorro as valetas e vielas de outros tempos

E vou contigo de mão dada até onde sempre quis

 

Mas tenho de me esforçar para me recordar

Os dias que me levaste à escola estavam frios

Outros tempos outras voltas tinhas de dar

Seguia só entre vento e os meus assobios

 

Na esperança de ver nesse teu olhar certeiro

Que o sentia ao aproximar-me da tua casa

E eu no meu passo pequeno e matreiro

Tentava voar para ti mas não tinha asa

Em breve...


 

Um dois três quatro cinco

Aperta o cinto

Que vamos voar

Com o primo jacinto

No avião azul

E cair no mar

A água está fria

Mas antes na água

Que no terraço

Comemos no campo

Quando eu voltar

Sonhos perdidos

No tempo e no espaço

Choro no teu regaço

Por não poder cantar

Partiste sem dizer nada

De um suspiro

Nem um até amanhã

Senti calafrio

Logo passou

Afinal foram

Um dois três quatro

O quinto está para vir

Já se preparou

Última viagem

 


Última viagem

Toca o sino do alto do campanário

Na estrada empoeirada passa o enterro

Homem que vem de uma guerra

Fechado e sem alma

Choram as mães

Os filhos e os perros

Lá ao longe engravatado está o otário

Que o fechou entre tábuas e ferro

No meio deste vale e a serra

Colocam a bandeira na minha palma

Choram as mães

E colocam-no entre cerdos

Não chove

Não faz frio

Esse é o meu arrepio

A marcha termina o primeiro ato

Não vai haver desacato

Partiu

A vida essa continua

Com choros pela rua

A NOSSA PALAVRA

 


A NOSSA PALAVRA

Navegava sobre águas furiosas

Das minhas palavras e orações

Nesta vida cheia de ramos de rosas

E muito cravos e algumas devoções

 

Caminhei sobre essas mesmas águas

Que um dia o vi descalço a percorrer

Era miragem tinha umas tábuas

Pergunto porque o deixamos morrer

 

Nas aflições nos maus momentos e na dor

Rogamos-lhe o nosso perdão

Ele não escolhe nem momento nem cor

Para nos dar a sua salvação

 

E viajamos de terra em terra

Conversamos até com o prior

Praticando a nossa palavra

Um dia nos darão algum valor

terça-feira, 12 de abril de 2022

Caminhar

Sentido o odor desta maresia

Que de longe se aproxima de terra

Entra em meu corpo como poesia

E em breve vamos para a serra

 

Levamos no olhar a gratidão

Dos que deixamos há dias

Saudamos os vindouros com a mão

Olhamos os pastos onde há crias

 

Somos da planície do mar e da serra

Percorremos as freguesias com amor

Mas há mais valor que o homem da terra

Com suas alfaias e o seu suor

 

Sentamo-nos ouvindo muitas histórias

Algumas delas quase a choramingar

Outras tantas talvez impróprias

Essas nem vos vou contar

 

Venha o Zé o Manel e o ti António

Depois a Maria a Zulmira e a Albertina

Dizem alguns que são campónios

Escutamos os dizeres ao som da concertina

 

Visitamos castelos mosteiros e moinhos

Redescobrindo muitas lendas de encantar

Andamos de barca e a pé pelos caminhos

Nos arvoredos nas lezírias a saltitar

 

É a alegria da comunicação

Que desfrutamos a quatro ventos

Fazemo-lo apenas por grande devoção

Quando visitamos alguns conventos

ENTRE MAR...