
O frio que me passa nas veias
Dentro deste quarto semi nu de gente
Lá no fundo por cima de um tubo algumas teias
E seis camas pequeninas cheias de gente
Sorrisos nos dão sem saber o seu mal
O sofrimento que estão a passar
Uns de pé outros a andar tudo é igual
E os pais choram ou ouvi-los chorar
Trocam-se olhares pela sala
Mas ninguém avança um sorriso
Entra o médico abre-se ala
Até vem a dor do siso
Hora da partida e outros ficam
Beijos e abraços levam o frio
Mas em nada modificam
A dor que se leva para junto do rio
Vagueamos na cidade sem rumo
Porque a vontade era de voltar
Vou para o seu quarto ver se o arrumo
Estar lindo quando ele chegar
Meu filho choro lágrimas de alegria
Misturadas com a tristeza de estarmos sós
Por vezes é mesmo agonia
Mas a sorte nunca vem só
(dedico ao nosso filho)
2 comentários:
PERCEBI E GOSTEI MUITO. O LUÍS TEM MUITA SENSIBILIDADE, É UM ÓPTIMO PAI DOS SEUS 5 FILHOS-LUÍS, ARTUR FERNANDO, GONÇALO E FRANCISCO.
FALTA UMA MENINA PARA BRINCAR COM OS IRMÃOS. CURIOSAMENTE, JÁ TEM O MEU POETA PREFERIDO- FERNANDO PESSOA.
UM FORTE ABRAÇO AO SUPER PAI, BEIJINHOS À ISABEL E ÀS CRIANÇAS.
MÃE E AVÓ.
Uma dor partilhada e entendida.
beijinhos
Enviar um comentário