
Vento que sopras na minha cara despida
Deixas ruas amargas perfiladas ao luar
Numa terra onde o rio tem uma só ida
Correndo devagar levando-me ao mar
Cadeiras amontoadas sem dono
Num jardim onde houve em tempo flores
Na porta do hotel um mordomo
Que olha para longe com dores
Será do tempo dos modos ou da vida
Que aquele olhar são serras afiadas
Olho mais longe e vejo-a comovida
Com as flores ali amontoadas
Meu Deus que cego sou de olhos abertos
Que frio tenho nestes momentos
Vou deitar-me que a hora é de apertos
Já nem sinto mais os lamentos
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