
Cada palavra tem uma cor um som
Dentro de mim como um ruído incisivo
Sempre que as lias sem saber o seu tom
Lá fazia eu um pequeno desvio
Mas leio com os olhos bem abertos
Nesta janela virada para mundo
Não fosse eu ler poemas descobertos
Na tela pintada mesmo lá no fundo
Com os olhos ainda fundeados
Nas palavras essas com tantos sons
Quando os leio fico desnorteado
Não sei se é pelos finos tons
São negros de um negro escuro
Como se chuva estivesse para vir
Tento dar-lhe um brilho e decoro
Para que lá no fundo possa sorrir
Mas esta lágrima teima em tombar
Sem que lhe tenha dado permissão
Continuo a ler a saga ali mesmo no bar
Mas lá no fundo vou-lhe dar a mão
Cada palavra um safanão
Cada linha um abanão
No final se não dermos a mão
Tudo tomba e ficamos no chão
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