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terça-feira, 4 de maio de 2010

Amor...



Fujo de mim sem saber para onde vou
Sinto a pele gelada nem sei quem sou
Corro no tempo sem grande vontade
Mas amo-te isso é a grande verdade

No cantar do meu fado
Ao longo deste meu mar
Muitas vezes ele é malvado
Mas ambos sabemos nadar

São trevas são chuvas
Tudo isto em movimento
Vinho faz-se das uvas
Amor do sofrimento

Canto I



Tantas e tantas vezes subo sem cair
Outras tantas que me sinto tonto
Rogo-te que me leves quando partir
Para onde nunca mais tenha um pranto

Uma dor que me invade a mente
Um sabor que foge sem o sentir
Caminho nas palavras livremente
Por isso choro e sinto-me a ir

Nas tuas mãos coloco o coração
No teu olhar os meus sonhos
Nem sei que tipo de oração
Escolho para estes restolhos

Procuro e busco sem fim
Escrevo para ter essa certeza
Que todos os dias terei um sim
Com determinação e firmeza

Mas afinal porque este canto
Se o tempo nunca vai parar
Também é verdade não sou santo
Mas que te adoro em bom adorar

O nosso vento...



Canto para ti minha amada
Um canto que sempre adorei
Foi estar sempre ao teu lado
E sonhar que nunca te deixarei

Todos em correria até ao fundo
Do lado da cama do lado do mar
Mas como família bem juntos
Num barco à vela a navegar

Vamos por ai fora para outras paragens
Com as velas bem desfraldadas
Aproveitando o vento e as aragens
Fugindo destas almas depenadas

Segura na tua mão este sonho
Leva contigo o nosso amor
Aqui agora te proponho
A viagem com muito sabor

sábado, 1 de maio de 2010

MÃE...


Escrevo-te minha mãe neste dia

Um dia diferente de tantos outros

Se não fosse sábado era alegria

Alegria por ser o teu dia

Dia teu de teres sido mãe

Mãe agora não chores hoje

Que vou estar contigo já a seguir

E levo comigo uma flor

Que me faz tão feliz e a sorrir

Numa mão bem apertada

Levo a minha amada

Na outra o menino homem

E no meio o teu neto

Junto da flor que apanhei

Mesmo ali ao virar da esquina

Na Ti Joaquina

Porque neste dia eu sonhei.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Canção aos meus filhos… LAFGF

Filhotes voces que estão desse lado

Que um dia vão ler o que vos deixo

Não tenhais medo estarei já selado

Já não vou estar cá e não me queixo

Podem sempre falar comigo

Dizer-me o vosso segredo

Mesmo juntinho do meu ouvido

Pois estou já surdinho

E ver já me custa

Tem de vir de mansinho

Olha o tempo está a justa

Levo comigo as palavras

Gravadas no coração

LAFGF estarão ali a mão

Nessa altura deitado

E vocês todos ao meu lado

Tu ai ó mais velho

Olha pelos teus irmãos

Poderia dar-te um conselho

Nunca larguem as vossas mãos

Pirilampo

Quero tanto ficar sem medo

Tanto como é o meu segredo

Que me levanto bem cedo

Escrevendo o meu próprio enredo

O vento

A tempestade da sentença

O alento

De um braço com crença

O abatimento

Da criança à nascença

Tudo isto me vem à mente

No corrupio avassalador

Que até por vezes fico doente

E sinto uma forte dor

A dor

Junto do arvoredo

O fervor

Que me levam ao degredo

O apedrejado

Que fico sem medo

A terra que vê a sua semente

Crescer nos trilhos do campo

Por onde passa a gente

E de noite vagueia um pirilampo

Fado I



Um olhar perdido no tempo
Canção que faz chorar uma guitarra
Por vezes são puros os demais lamentos
Como a canção de uma pobre cigarra

No dedilhar pelas cordas firmes
Um olhar que não se vê nada
Contam-se histórias e alguns crimes
Da nossa sociedade abalada

E nas vielas tão encardidas
Dos passos que por lá vão
Já foram tantas as mordidas
Dos mosquitos pela solidão

E passo a passo desço a calçada
Em tom apressado com medo do som
Ouve-se o trinar da guitarra
E uma voz rouca que lhe dá tom

Fico na espreita na esquina do lado
Nem sei se entre na sala da vela
Á porta um Homem parece soldado
Que namorisca a sopeira à janela

Estende a roupa com sorriso matreiro
Deixa cair algo que logo corre apanhar
Na janela tem um grande letreiro
Precisa-se de mulher para trabalhar

Casa solarenga de brasão nas costas
Vidros quadrados de muitas cores
Sai a senhora toda bem composta
Vai ouvir Fado e sentir os sabores

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Vento ...

O vento não é todo igual

Uns mais quentes que outros

Todos eles por um desigual

Que se vê mesmo na nossa frente

Trás chuva granizo e frio

E até um pouco de medo

Muitas vezes parece um trio

De tanto dar e vir em segredo

Quem quiser um dia voar

Basta para isso fechar os olhos

E deixar-se levar

Por entre estes restolhos

Um zunido que é bom de se ouvir

O bater da porta mal fechada

A janela que tarda em sair

Depois é o fim logo pela madrugada

Toca o telefone ou mesmo o despertador

São horas de se por ao caminho

Mais um dia de muito calor

Quem bem sabia um ventinho

Entro no carro e olho para copas

Abanam num bom abanar

A manga direita vê lá se topas

Vai é mesmo devagar

quinta-feira, 15 de abril de 2010

PAI...




Esse teu olhar percorre o tempo
Desde que eu menino me sentia
Agora cabelos brancos voam ao vento
E pedem saúde para todo o dia

Como falam eles no seu piscar
Palavras com amor sem retorno
O que transmitem num simples olhar
A vida de trabalho agora mais morno

Caminhas todos os dias sem parar
A tua meta ainda não está à vista
Essas feridas vão decerto sarar
Vamos de novo correr na pista

Anos e anos de trabalho espinhoso
Muitas vezes com alguns encontrões
Mas sempre foste muito engenhoso
Que se lixem os aldrabões

A vida será sempre um filme belo
Contada de várias maneiras
Dependendo muito do elo
Que se queira dar nas fileiras

Rosto marcado pelo Prec e pela vida
Olhar amargurado pelos perdidos
A vida terá sempre uma só ida
Agora não nos vamos ficar ofendidos

Escolhemos as nossas carreiras
Não nos afastemos do essencial
Viver sempre de boas maneiras
Foste sempre um Pai bestial

quarta-feira, 14 de abril de 2010

MÃE...



Mãe

Hoje estou aqui pensando em ti
Sacrifícios porque passas-te sem mim
Mas estou bem presente no momento
E sinto a tua falta isso sim

Não te peço não o faço
Não partas sem me dizer nada
Mãe
Tenho vontade de chorar
Mas tenho de terminar o que comecei
Sei a dor que te causei
Por isso estou aqui

Não mãe um dia vou estar mais perto
Não sei se aqui ou noutro lado
Mas de uma coisa ficas a saber
Esta é minha forma de o ser
Sou um envelope fechado

Porque não me ligaste
Correndo saltando caminhado
Eu estaria ai perto de ti
Mãe não parta
Sem me dizer nada
E um simples nada
É tudo na vida

Nota: Do teu filho Luiz que te quer muito.
Quem sabe se o vai ler um dia destes. bjjj

Ais...



Cada palavra me fere garganta
Me abafa mas que me deixa escrever
Um latido na viela que se levanta
Mas afinal não pode morder
Um sorriso que tarda em chegar
Mas que o sinto na estrada da vida
Afinal os filhos sorriem sem parar
Nem sentem a dor que deveras sinto
Agarro com força nesta imagem
Que não vou deixar partir ao chegar
Sejam palavras duras sem triagem
Pois só assim as escrevo sem dar
Não corre o rio que vai dar ao mar
A vida é feita de pequenos nadas
Mas corre o sangue sem nunca brotar
E juntos vamos chegar ás rabanadas

Vendedora de outros tempos...