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quarta-feira, 2 de julho de 2025

Soneto ao Vento

 

Soneto ao Vento

[Poesia dedicada à liberdade e ao movimento do ar]

 


Sussurra o vento histórias no arrebol,

Desenha sombras leves entre as folhas,

Canta canções antigas, sons de escol,

Desata os nós das tardes tão tristonhas.

 

Nas praças voa livre, sem fronteira,

Ergue-se em asas, dança pela estrada,

Traz o perfume azul da primavera

E leva embora a dor já superada.

 

Companheiro fiel das andorinhas,

Segredo das marés e dos destinos,

Espalha sonhos, colhe as alvoradas.

 

Assim o vento segue, sem descanso,

Costurando no tempo os seus caminhos,

Mestre do céu, senhor das madrugadas.

Quando a Criança Parte e a Velhice Vence


Quando a Criança Parte e a Velhice Vence

Poema sobre o tempo e a passagem da vida

Quando a criança parte,

Leva consigo o riso fácil,

O brilho leve das manhãs,

O cheiro doce da inocência

Que dançava no ar.

Quando a criança parte,

A casa silencia por dentro,

Os brinquedos repousam,

A esperança, inquieta, relê

Os desenhos nas paredes.

E então a velhice avança,

Pé ante pé, sem pressa,

Trazendo rugas de memórias,

E um cansaço que se aconchega

No sofá da sala vazia.

A velhice vence não por força,

Mas por constância:

É a noite que sucede mil crepúsculos,

É o eco de vozes distantes

Que já não cabem no corpo frágil.

E no espelho, restam janelas

Para um tempo onde tudo era começo,

Mas o olhar, ainda que cansado,

Agradece à criança que partiu

Por ter ensinado a sonhar.

Porque a velhice só vence

Quando aceita no coração

Que a criança partiu,

Mas deixou rastro de luz

Para iluminar o caminho da solidão.


A Despedida Deste Mar Rumo à Serra

 


Soneto ao Vento

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