AS PALAVRAS SÃO UMA ARMA QUE DEVIDAMENTE PERFILADAS FEREM COMO LANÇAS E MATAM SEM DOR. SÃO ELAS QUE ALIMENTAM A MINHA VIDA OS MEUS SONHOS OS MEUS AMORES. IREI PERCORRER VÁRIOS CAMINHOS UNS ABRUPTOS OUTROS PLANOS, NALGUNS PREDOMINA O VERDEJANTE, NOUTROS OS CASTANHOS DA MINHA TERRA E ÁGUAS CRISTALINAS DESLIZANDO EM DIRECÇÃO AO MAR. VAI SER NESTA MESCLA DE ODORES SABORES E CORES QUE VOU PERCORRER ESTA TELA VIRADA PARA MUNDO.
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terça-feira, 8 de julho de 2025
domingo, 6 de julho de 2025
sábado, 5 de julho de 2025
Fado – Mudar de Casa
Fado
– Mudar de Casa
Deixo aqui um exemplo de letra inspirada nesta
temática, onde se cruzam os sentimentos de perda e esperança:
Deixo a casa onde vivi,
Com janelas viradas ao sol,
Levo caixas de memórias,
E um coração sem lençol.
As paredes guardam segredos,
Que só o silêncio ouviu,
Despeço-me dos meus medos,
Num fado que nunca partiu.
Mudar de casa é saudade,
É um nó preso na garganta,
Mas há sempre uma verdade,
Num lar novo, que se canta.
E ao abrir nova porta,
Com receio e com desejo,
A esperança não é morta,
É fado no primeiro beijo.
Sem Abrigo
Sem Abrigo

Na rua dorme a alma sem
guarida,
Abraça o frio em véu de
solidão,
Nos olhos leva a sombra
da partida,
E aos pés, o pó calado
do chão.
O vento escreve
histórias no papel
Rasgando o peito nu de
esperança,
E a chuva cai, cortina
de um cruel
Cenário onde a vida
pouco avança.
Mas dentro do silêncio,
um novo dia
Desponta tímido,
promessa leve,
No olhar cansado mora a
poesia
Que o mundo ignora e
que a alma escreve.
Mesmo entre pedras,
nasce uma flor,
Revela o abrigo oculto
do amor.
DEDICO AO MEU FILHO (BENJAMIM)
Levo na mão o meu coração
Levo na mão o
meu coração
Soneto inédito
Levo na mão o meu
coração, pulsante,
Como quem traz um lume
em madrugada,
É chama viva, lume
vacilante,
Que arde, resiste, e
nunca é apagada.
No centro breve da
palma, reticente,
Este órgão frágil,
mundo inteiro encerra,
É rosa aberta, é sonho,
é semente
Que se oferece ao risco
e à espera da terra.
Ando no mundo de peito
descoberto,
Coração exposto à
sombra e à ventania,
Cada batida é um gesto,
um verso aberto,
Na transparência rude
do meu dia.
E mesmo quando a noite
é tempestade,
Carrego-o aceso, em fé
e claridade.
quarta-feira, 2 de julho de 2025
Soneto ao Vento
Soneto ao Vento
[Poesia
dedicada à liberdade e ao movimento do ar]
Sussurra o vento
histórias no arrebol,
Desenha sombras leves
entre as folhas,
Canta canções antigas,
sons de escol,
Desata os nós das
tardes tão tristonhas.
Nas praças voa livre,
sem fronteira,
Ergue-se em asas, dança
pela estrada,
Traz o perfume azul da
primavera
E leva embora a dor já
superada.
Companheiro fiel das
andorinhas,
Segredo das marés e dos
destinos,
Espalha sonhos, colhe
as alvoradas.
Assim o vento segue,
sem descanso,
Costurando no tempo os
seus caminhos,
Mestre do céu, senhor
das madrugadas.
Quando a Criança Parte e a Velhice Vence
Quando
a Criança Parte e a Velhice Vence
Poema
sobre o tempo e a passagem da vida
Quando a criança parte,
Leva consigo o riso fácil,
O brilho leve das manhãs,
O cheiro doce da inocência
Que dançava no ar.
Quando a criança parte,
A casa silencia por dentro,
Os brinquedos repousam,
A esperança, inquieta, relê
Os desenhos nas paredes.
E então a velhice avança,
Pé ante pé, sem pressa,
Trazendo rugas de memórias,
E um cansaço que se aconchega
No sofá da sala vazia.
A velhice vence não por força,
Mas por constância:
É a noite que sucede mil crepúsculos,
É o eco de vozes distantes
Que já não cabem no corpo frágil.
E no espelho, restam janelas
Para um tempo onde tudo era começo,
Mas o olhar, ainda que cansado,
Agradece à criança que partiu
Por ter ensinado a sonhar.
Porque a velhice só vence
Quando aceita no coração
Que a criança partiu,
Mas deixou rastro de luz
Para iluminar o caminho da solidão.