Sem Abrigo

Na rua dorme a alma sem
guarida,
Abraça o frio em véu de
solidão,
Nos olhos leva a sombra
da partida,
E aos pés, o pó calado
do chão.
O vento escreve
histórias no papel
Rasgando o peito nu de
esperança,
E a chuva cai, cortina
de um cruel
Cenário onde a vida
pouco avança.
Mas dentro do silêncio,
um novo dia
Desponta tímido,
promessa leve,
No olhar cansado mora a
poesia
Que o mundo ignora e
que a alma escreve.
Mesmo entre pedras,
nasce uma flor,
Revela o abrigo oculto
do amor.
DEDICO AO MEU FILHO (BENJAMIM)