Pai…
No correr das palavras
Sentidas e perdidas no
tempo
Dos encontros semanais
De conversas por vezes
banais
Mas era o nosso momento
Foram tempos e sorrisos
perdidos
Que ficaram na memória
Desses tempos idos
Com alguma glória
No correr das palavras
Que um dia tiveram luz
Ficam aqui lavradas
Foi mesmo a nossa cruz
Nunca amou os seus (1)
Com olhares
desconfiados
Todos deveriam ser
plebeus
E entre muros
confinados
Praça vazia
Rio sem vida
Palavras com azia
De torre envolvida
Terra árida
Pensamentos no momento
Festas e festarolas
Com sabores ao vento
Até um dia
Pai
(1) Montemor-o-Velho