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terça-feira, 19 de dezembro de 2023

O assobio do vento que passa

 

O vento que lá fora assobia

Não traz nada simplesmente frio

No beiral aconchega-se uma cotovia

De asa de lado estará ferida

A criança essa fica comovida

 

Pelo olhar do passarinho

Ali mesmo ao seu lado e sem medo

O irmão que olha para lá do firmamento

Esse sim com outro pensamento

 

Que tarda em chegar

Não podendo desejar que o sino toque

Vai-se deitar

 

Enroscado sinto um gemido

Finjo que não ouço por detrás da porta

Como é que não se ouve tão perto

Se não fosse o mandar calar

Pelo facto de o telefone tocar

 

É um velhinho coitadinho que deixa de respirar

A história de sempre

O coração esse não para de chorar

 

Por isso nas palavras que se juntam

Que se trocam que se misturam

Não se pode fingir que tudo está calmo

Que tudo está preso

 

Nem o vento pode soprar

Porque do outro lado está a tocar

Em cima da mesa fria

O prato intacto dos sabores

Que pelo olhar se comia

Mas que a vontade deixou os odores

 

Partir pela frincha da janela

E nem tentou segurar porque afinal

O sino não tocou e nem o cão ladrou

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ESVOAÇAR...

  Deixei-me ir ao sabor do vento Até encontrar a minha praia Fiquei sentado um momento Não sei onde anda a minha saia Escuto a mel...