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quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Sofrer ou viver...

 



Deixo fugir a flor da minha vida

por não conseguir olhar mais além

por sentir que afinal está perdida

por nenhures e do que lá vem

não se vive quando se parte

e não se parte para viver

deixemo-nos de rodeios

é um simples sobreviver

e nesta terra de olheiros

é fácil ficar-se a saber

que tudo o que se faz não somos pioneiros

porque sofrer não é viver

Partida ou chegada...

 


Uma flor

na hora certa

um violino perdido

um copo cheio de sonhos

uma mão pintada

arvore que deseja renascer

nesta minha alvorada

de fato negro

de partida

ou de chegada

Um Abraço...

 


Um livro aberto sobre um mar bravo

Uma gaivota procurando um porto de abrigo

E sobre a areia fina um cravo

As amarras de um pobre mendigo

Creio em tudo e no seu nada

Nas palavras cruéis que eu próprio escrevo

Nunca por nunca direi que não és amada

Porque isso é como encontrar um trevo

No olhar distante que a vista não alcança

Desenho um mapa para puder fugir

E por momentos sinto uma pequena dança

Que um dia senti ao não me deixares cair


Hora de partir...

 


Chegou a minha hora de dizer adeus

Pelas injustiças tantas vezes praticadas

Tenho pena por todos e pelos meus

Mas a vida não padece pelas horas dedicadas

Inveja podridão ou simples reclusão

Quero partir para não mais voltar

Deixa-me sair pela minha mão

É isso que pedes para desertar

Cambaleando salto degrau a degrau

Até chegar a minha liberdade

Vou apanhar um comboio ou mesmo uma nau

E voltar para minha cidade

A minha praia...ou não.

 


Sentado neste banco onde o sol me beija a cara

Cerro os meus olhos e deixo-me ir

Ao abrir revejo um barco que não pára

E nem bilhete tenho para poder sair

 

Preso a estas amarras invisíveis

Que o tempo mordazmente me ofereceu

São manhãs tardes e noites terríveis

Que só eu sinto quando fito o céu

 

Levanto-me e devagar percorro ao longo da praia

Sentindo o vento e olhando o esvoaçar das gaivotas

Depois sento-me novamente no banco antes que caia

E reparo que ao longe alguém atira algumas pelotas

 

Sinto o meu olhar meio enevoado da idade

E desenho algumas figuras nas nuvens

Afinal esta não é a minha cidade

E uma lágrima escorrega mirando os jovens

domingo, 24 de setembro de 2023

BAILADO...

 


O bailado na sua magnitude

Por aves belas e airosas

Às vezes nós com atitude

Transportamos também rosas

 

Entregamos ao nosso amor

Brancas amarelas e vermelhas

Para que ela sinta o odor

Do amor e não das tristezas

sábado, 23 de setembro de 2023

MAR...

 


Mar que navego sem medo

No descanso deste novo dia

Vai ser sim o meu segredo

Que há muito que não via

 

Mil cores e odores pairam no ar

E neste mar do meu encanto

Sinto-me quase a navegar

Qual não será o teu espanto


sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Voar...

 



Queria saber voar

Para subir como Ícaro

Nunca mais voltar

Sim voar de braços abertos

Planar nos meus sonhos

Ouvir sifónia nada em concreto

Simplesmente voar

E lá do alto voltar e voltar

Como se tivesse perdido o norte

Mas com alguma sorte

Aprenderei a voar

Quem diria

Que este sonho

Se concretize um dia

De uma outra maneira

Dentro de um avião

Segurando a tua mão

Sim porque voar

Não sei

Mas sonharei

Porque não paga imposto

Daqui El-Rei

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Sonho II

 



Retirei-me do meu sonho a correr

Ou talvez mesmo sem saber

E da tela sais-te formosa

Tão bela e airosa

Furiosa ou talvez não

Era apenas ilusão

Ainda estava a dormir

Queria ver-te a sorrir

Mas fugiste tão depressa

Que eu também fui nessa

Voltei a adormecer

Afinal queria mesmo era te ver

                                                                     Luiz Pessoa

O teu olhar...

 


Sentir o teu olhar mesmo que distante

Saborear os beijos mesmo que seja miragem

É um amor isso sim constante

De versos loucos de rimas e bobagem

 

Julguei um dia ter um cavalo negro

De tão negro como a noite escura

E todos os dias o reintegro

Como fosse água da fonte pura

 

Nas dunas da nossa praia

Passeio devagar ao sabor do vento

Mas ali estás tu para que não caia

E parar este imenso sofrimento

 

Alma que chora porque deseja chorar

Lágrima que caí porque deve cair

E é neste imenso mar

Que ambos vamos partir

Ao Meu Amor

  Amor, em ti encontro meu abrigo, Nas horas de dor, és meu consolo. Teus olhos são estrelas que persigo, Teu sorriso é o mais belo ...