Sentado neste banco onde
o sol me beija a cara
Cerro os meus olhos e
deixo-me ir
Ao abrir revejo um
barco que não pára
E nem bilhete tenho
para poder sair
Preso a estas amarras invisíveis
Que o tempo mordazmente
me ofereceu
São manhãs tardes e
noites terríveis
Que só eu sinto quando
fito o céu
Levanto-me e devagar percorro
ao longo da praia
Sentindo o vento e
olhando o esvoaçar das gaivotas
Depois sento-me
novamente no banco antes que caia
E reparo que ao longe alguém
atira algumas pelotas
Sinto o meu olhar meio
enevoado da idade
E desenho algumas figuras
nas nuvens
Afinal esta não é a
minha cidade
E uma lágrima escorrega
mirando os jovens
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