Uma
flor
na
hora certa
um
violino perdido
um
copo cheio de sonhos
uma
mão pintada
arvore
que deseja renascer
nesta
minha alvorada
de
fato negro
de
partida
ou
de chegada
AS PALAVRAS SÃO UMA ARMA QUE DEVIDAMENTE PERFILADAS FEREM COMO LANÇAS E MATAM SEM DOR. SÃO ELAS QUE ALIMENTAM A MINHA VIDA OS MEUS SONHOS OS MEUS AMORES. IREI PERCORRER VÁRIOS CAMINHOS UNS ABRUPTOS OUTROS PLANOS, NALGUNS PREDOMINA O VERDEJANTE, NOUTROS OS CASTANHOS DA MINHA TERRA E ÁGUAS CRISTALINAS DESLIZANDO EM DIRECÇÃO AO MAR. VAI SER NESTA MESCLA DE ODORES SABORES E CORES QUE VOU PERCORRER ESTA TELA VIRADA PARA MUNDO.
Uma
flor
na
hora certa
um
violino perdido
um
copo cheio de sonhos
uma
mão pintada
arvore
que deseja renascer
nesta
minha alvorada
de
fato negro
de
partida
ou
de chegada
Um livro aberto sobre
um mar bravo
Uma gaivota procurando
um porto de abrigo
E sobre a areia fina um cravo
As amarras de um pobre
mendigo
Creio em tudo e no seu
nada
Nas palavras cruéis que
eu próprio escrevo
Nunca por nunca direi
que não és amada
Porque isso é como
encontrar um trevo
No olhar distante que a
vista não alcança
Desenho um mapa para puder fugir
E por momentos sinto
uma pequena dança
Que um dia senti ao não
me deixares cair
Chegou
a minha hora de dizer adeus
Pelas
injustiças tantas vezes praticadas
Tenho
pena por todos e pelos meus
Mas
a vida não padece pelas horas dedicadas
Inveja
podridão ou simples reclusão
Quero
partir para não mais voltar
Deixa-me
sair pela minha mão
É
isso que pedes para desertar
Cambaleando
salto degrau a degrau
Até
chegar a minha liberdade
Vou
apanhar um comboio ou mesmo uma nau
E
voltar para minha cidade
Sentado neste banco onde
o sol me beija a cara
Cerro os meus olhos e
deixo-me ir
Ao abrir revejo um
barco que não pára
E nem bilhete tenho
para poder sair
Preso a estas amarras invisíveis
Que o tempo mordazmente
me ofereceu
São manhãs tardes e
noites terríveis
Que só eu sinto quando
fito o céu
Levanto-me e devagar percorro
ao longo da praia
Sentindo o vento e
olhando o esvoaçar das gaivotas
Depois sento-me
novamente no banco antes que caia
E reparo que ao longe alguém
atira algumas pelotas
Sinto o meu olhar meio
enevoado da idade
E desenho algumas figuras
nas nuvens
Afinal esta não é a
minha cidade
E uma lágrima escorrega
mirando os jovens
O bailado na sua magnitude
Por aves belas e airosas
Às vezes nós com atitude
Transportamos também rosas
Entregamos ao nosso amor
Brancas amarelas e vermelhas
Para que ela sinta o odor
Do amor e não das tristezas
Mar que navego sem medo
No descanso deste novo
dia
Vai ser sim o meu
segredo
Que há muito que não
via
Mil cores e odores
pairam no ar
E neste mar do meu encanto
Sinto-me quase a
navegar
Qual não será o teu
espanto
Queria saber voar
Para subir como Ícaro
Nunca mais voltar
Sim voar de braços
abertos
Planar nos meus sonhos
Ouvir sifónia nada em
concreto
Simplesmente voar
E lá do alto voltar e
voltar
Como se tivesse perdido
o norte
Mas com alguma sorte
Aprenderei a voar
Quem diria
Que este sonho
Se concretize um dia
De uma outra maneira
Dentro de um avião
Segurando a tua mão
Sim porque voar
Não sei
Mas sonharei
Porque não paga imposto
Daqui El-Rei
Retirei-me do meu sonho
a correr
Ou talvez mesmo sem
saber
E da tela sais-te formosa
Tão bela e airosa
Furiosa ou talvez não
Era apenas ilusão
Ainda estava a dormir
Queria ver-te a sorrir
Mas fugiste tão
depressa
Que eu também fui nessa
Voltei a adormecer
Afinal queria mesmo era
te ver
Luiz Pessoa
Sentir o teu olhar
mesmo que distante
Saborear os beijos mesmo
que seja miragem
É um amor isso sim constante
De versos loucos de
rimas e bobagem
Julguei um dia ter um
cavalo negro
De tão negro como a
noite escura
E todos os dias o
reintegro
Como fosse água da
fonte pura
Nas dunas da nossa
praia
Passeio devagar ao
sabor do vento
Mas ali estás tu para
que não caia
E parar este imenso
sofrimento
Alma que chora porque
deseja chorar
Lágrima que caí porque
deve cair
E é neste imenso mar
Que ambos vamos partir
Um
passo de cada vez para ter sorte
Olhar
inquieto pelo que te rodeia
O
mundo esse anda sem norte
Com
guerra fome e tudo o que odeia
Nos
versos que escrevo com sentimento
Lavo
a minha alma no meu pensamento
Mas
tenho bem certo neste momento
O
amor que existe cá dentro
Será
O
que quer que seja
A
música para os meus ouvidos
Será
Decerto
o desejo de partir
E
levar-te nos meus braços
E
ambos vamos a sorrir
Será
Fui devagar neste longo caminho
Nesta vida que sempre abracei
Algumas vezes estive sozinho
Mas nunca por nunca desertei
Depois foram os filhos
Os gatos que nunca tive
Nunca me meti em sarilhos
Onde quer que estive
Amigos mais que muitos
Outros infelizmente partiram
Alguns isso sim foram tontos
Mas esses também sorriram
Nas manhãs algures por Bragança
Aos pardais íamos a passear
Pa lá com toda a cagança
Para cá tristes e sempre andar
Formiga de asa em cabaça de abóbora
Ratoeiras perfiladas e de aço
Subíamos o lameiro
Era assim o dia inteiro
Sempre no mesmo passo