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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Nadas


Um prato fino de traço doirado
Bife salada e algumas batatas
Um lágrima escorrega vai de lado
Nada entra nada mesmo nada
Um ponto no meio da mesa
Um retrato ali empoleirado
Olho de relance não como nada
O frio aperta a criança essa dorme
No calor do quarto
Não me apetece nada
São estes nadas da vida
Que me deixam assim em baixo
São coisas indefinidas
Por causa de nada
Foi sempre assim que tudo aconteceu
Partindo do nada
E nada é isso mesmo com que vamos ficar
Olhando num espelho que deixou de reflectir
E todos andamos no mundo sem o sentir
Chegou o dia de sair à rua
E  com a força que ainda nos resta
Vamos então gritar que estamos fartos destes nadas
E dos nadas que nos Governam
Que unicamente nos [des]governam

JUS[TIÇA]



Carrego no meu peito a dor da solidão
Ajeito depois os dias conforme o tempo
Sinto ao longe alguém que me aperta o coração
E nestes momentos até sinto o vento
Sopra compassadamente batendo na ventania
Julgo que deste baile e desta bela sinfonia
Agreste pela distância e fria como a neve
Surge a luz do dia que para mim é o bastante
Mas perco-me nas palavras e nas suas sombras
E na contra luz sinto os ais dos que dormem
Que baixinho chamam por ti
Mulher de olhos molhados pela ausência
De cabelos esbranquiçados pelo peso do tempo
Através das dificuldades dos que erram
E que nos tornam peças de um xadrez de mármore
Morre-se por dentro de raiva
Dum Governo que não Governa
E de tantos e tantos que nos roubam a alegria
De estarmos juntos durante o dia
Palavras sons que por vezes nos saem da garganta
Rouca de tanto esperar e gritar
Pela justiça de um bem estar

ENTRE MAR...