AS PALAVRAS SÃO UMA ARMA QUE DEVIDAMENTE PERFILADAS FEREM COMO LANÇAS E MATAM SEM DOR. SÃO ELAS QUE ALIMENTAM A MINHA VIDA OS MEUS SONHOS OS MEUS AMORES. IREI PERCORRER VÁRIOS CAMINHOS UNS ABRUPTOS OUTROS PLANOS, NALGUNS PREDOMINA O VERDEJANTE, NOUTROS OS CASTANHOS DA MINHA TERRA E ÁGUAS CRISTALINAS DESLIZANDO EM DIRECÇÃO AO MAR. VAI SER NESTA MESCLA DE ODORES SABORES E CORES QUE VOU PERCORRER ESTA TELA VIRADA PARA MUNDO.
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terça-feira, 11 de novembro de 2025
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
terça-feira, 7 de outubro de 2025
Poema ao Mar
Poema ao Mar
Mar imenso, voz antiga,
que embala sonhos e segredos,
teu azul canta à deriva
nas marés dos meus enredos.
Ondas vão, ondas retornam,
num vai e vem sem descansar,
como a vida, como o tempo,
como o amor a se buscar.
Teu perfume é sal e vento,
teu abraço é vastidão,
e em teu peito se dissolve
o silêncio da razão.
Quantas almas já tocaste?
Quantos barcos carregaste?
Quantos gritos afogados
no teu fundo sepultaste?
És espelho de um mistério,
és começo e és final,
és a prece do deserto,
és fronteira sem igual.
Mar, teu nome é liberdade,
teu destino, navegar...
e meu peito, em tempestade,
só queria te habitar.
quarta-feira, 1 de outubro de 2025
Despedida de Quarteira
Despedida de Quarteira
Deixo-te, Quarteira, com o coração cheio,
o mar ainda ecoa nas conchas do meu peito,
as ondas que embalam segredos antigos
ficam gravadas no silêncio do areal.
As gaivotas riscam o céu azul sem fim,
e o sol, que se deita devagar sobre o mar,
pinta de ouro a memória dos dias,
como se nunca quisesse apagar-se.
Levo comigo o cheiro a maresia,
o calor das tardes lentas,
o riso leve das crianças,
as ruas onde o tempo se esquece de passar.
Despeço-me, mas não parto por completo:
em cada passo fica um rastro de saudade,
em cada olhar, o desejo de voltar.
Quarteira, guardas-me sempre um lugar.
terça-feira, 30 de setembro de 2025
Guerra
Guerra
Ó guerra, fera vil de
mil horrores,
Que marchas sobre o chão com pés de aço,
Semeias luto, pranto e dissabores,
Rasgando o céu com teu sangrento laço.
Tua bandeira cheira a
desespero,
Teus hinos são clamores de agonia.
No campo, jaz o sonho mais sincero,
Ceifado pela morte em pleno dia.
Mas crês trazer justiça
à humanidade,
Enquanto ergues muralhas de opressão.
Mentiste em nome da tal liberdade,
E ergue-se o poder com
vil traição.
Que a paz renasça, enfim, da tempestade,
E cale a guerra em vão seu trovão.
sexta-feira, 26 de setembro de 2025
Entre Nós, a Distância
Entre Nós, a Distância
Entre nós há mares, há montanhas,
há silêncios longos como madrugadas,
palavras que não foram ditas,
e saudades que não pedem licença.
Teu nome ecoa nas horas vazias,
feito brisa que roça a memória,
um calor que não se apaga
mesmo longe da chama.
A distância não mede só o espaço —
mede o peso dos dias sem toque,
a ausência do olhar que entende
sem que se diga uma palavra sequer.
Mas também há força na espera,
há amor que resiste ao tempo,
feito raiz que não se vê,
mas sustenta o que floresce.
E se agora não te toco a mão,
ainda assim te tenho aqui:
em cada verso que escrevo,
em cada sonho que insiste em ti.
quarta-feira, 24 de setembro de 2025
terça-feira, 9 de setembro de 2025
sábado, 9 de agosto de 2025
Poema sobre o Sofrimento Humano
A travessia da dor entre sombra e esperança
Primeiro ato:
O nascimento do sofrimento
No princípio, a vida
surge envolta em mistério,
Na face do ser, o traço
frágil do tempo.
Do ventre ao mundo, o
choro é já presságio
De uma trilha feita de
incerteza e de vento.
Desde o primeiro olhar
à luz, há dúvidas
Que se espalham pelo
corpo e pela mente,
Como rios que nunca
cessam o seu fluxo,
Como nuvens que
encobrem o sol nascente.
O sofrimento humano não
tem hora marcada,
Vem sutil, como névoa
sobre a madrugada,
Ou irrompe como
tempestade inesperada,
Arrancando raízes e
lares, sem nada avisar.
É a ausência, é o medo,
é o vazio no peito,
É o grito abafado, a
lágrima sem respeito,
É o silêncio que ecoa,
intransponível leito
Onde naufraga a
esperança sem jeito.
Segundo ato:
A multiplicidade da dor
Cada indivíduo carrega
o seu fardo secreto,
A dor se veste de mil
formas, mil nomes,
Vai do lamento
sussurrado ao pranto discreto,
À angústia que nunca
encontra onde se esconde.
Há quem sofra no corpo,
e quem sofra na alma,
Há dores que se
arrastam por anos sem calma,
Há perdas que
dilaceram, há culpas que inflamam,
Há sonhos despedaçados que nunca mais se
embalam.
O sofrimento das
multidões, estampado nos rostos,
É o retrato de guerras,
de fome, de exílio,
É o peso dos muros, das
cercas, dos postos,
É o abandono, o
desprezo, o desabrigo.
Há quem tema o futuro,
quem se prenda ao passado,
Quem se perca no
labirinto do presente,
Quem busque por
sentido, por abrigo sagrado,
Quem só encontre o frio
de um mundo indiferente.
Terceiro ato:
O ciclo do sofrimento
A dor é ancestral,
percorre séculos e eras,
Constrói monumentos,
destrói pontes, acende feras.
É filha da perda, irmã
do medo e da espera,
Companheira fiel das
horas mais severas.
Em tempos de peste, a
humanidade estremecida,
Viu nos olhos da morte
a sua própria ferida,
E no seio da dor,
buscou guarida,
Até que o tempo, lento,
curasse cada vida.
O sofrimento é também
poesia, é arte que se gera,
É a canção do exílio, é
o quadro de uma era,
É o verso tímido, a mão
que desespera,
É palavra que consola,
mesmo quando impera.
Quarto ato:
Resistência e esperança
Mas por entre ruínas,
brota a promessa:
Mesmo quando tudo
parece perdido, há quem persista.
A dor ensina — à força,
à coragem, à nobreza,
A cada queda, há um
recomeço à vista.
No olhar de quem sofre,
um brilho resiste,
A esperança é semente
que nunca se extingue.
Por entre lágrimas,
alguém insiste
Em plantar amanhã onde
o hoje não distingue.
O sofrimento une os que
na vida tropeçam,
É ponte invisível sobre
abismos profundos.
Em cada gesto de
empatia, os corações se aquecem,
Fazendo do humano o
mais belo dos mundos.
Quinto ato:
A travessia
A jornada é longa, a
estrada é incerta,
O sofrimento é sombra,
mas também é lanterna.
Ele ilumina o caminho
de quem desperta
Para o valor da vida, à
margem da caverna.
Em cada história
narrada, em cada rosto marcado,
Há uma lição que se
desenha, um destino traçado.
O sofrimento humano é
um livro inacabado,
Em cujas páginas há
dor, mas também há abraço.
Os poetas cantam o
sofrer
Não por deleite, mas
por entender
Que na dor se revela o
ser,
E na superação, o
renascer.
Sexto ato: O eco da humanidade
Quando o sofrimento se
alastra pelo mundo,
É preciso escutar seu
eco mais profundo.
Nas ruas, nos campos,
nos céus sem fundo,
Há vozes que clamam por
um segundo.
Que seja de consolo, de
presença, de abrigo,
Que seja de compaixão,
de partilha, de amizade.
Que não se ignore o que
está contigo,
Que não se negue o
valor da dignidade.
A grandeza da
humanidade está em não negar
Que todos sofrem, que
todos querem amar.
Que há beleza em tentar
aliviar
O peso do outro, o medo
de naufragar.
Sétimo ato:
O sofrimento e a esperança
Por fim, que se saiba:
o sofrer não é o fim,
É passagem, é gesto, é
busca por jardim.
No terreno árido,
cresce o capim,
E onde há dor, há
também clarim.
O sofrimento humano é
chama e é luz,
É sombra que ensina, é
estrada que conduz
A um amanhã onde tudo
reluz,
E o coração, enfim, se
traduz.
·
Que a dor seja ponte para a empatia,
·
Que o sofrimento se transforme em
poesia,
·
Que a humanidade encontre harmonia,
·
Na travessia entre a sombra e a alegria.
E assim, a jornada continua, entre
lágrimas e sorrisos — pois todo sofrimento é também oportunidade de revelar a
grandeza oculta no ser humano.
segunda-feira, 28 de julho de 2025
domingo, 27 de julho de 2025
sexta-feira, 25 de julho de 2025
quinta-feira, 24 de julho de 2025
terça-feira, 22 de julho de 2025
HORA DA PARTIDA
Reflexão sobre a Partida
O tema da partida é universal e atravessa culturas, línguas e séculos. Seja uma despedida breve entre amigos, a separação de familiares por longos períodos, ou o adeus definitivo, há sempre um misto de tristeza, esperança e renovação. No soneto acima, a “hora da partida” é simbolizada por uma brisa e pelo silêncio, elementos que marcam o início do afastamento e o peso de não saber o que virá. O eu lírico sente a ausência antes mesmo do último olhar, e o tempo torna-se um confidente silencioso do que fica por dizer.
A despedida, muitas vezes, revela aquilo que não foi dito e o que permanece por sentir. O vento, que embala e leva, é também metáfora do destino que conduz cada pessoa por caminhos diferentes. No peito, a esperança mistura-se ao medo, pois partir é lançar-se ao desconhecido, ainda que carregando memórias e promessas.
O Significado do Abraço na
Despedida
O abraço, simples gesto
de afeto, ganha significado especial no momento da partida. Não é apenas um
toque, mas a tentativa de prolongar a presença, de suspender o tempo entre o
agora e o depois. Cada abraço contém uma promessa de reencontro e traz consigo
pedaços de esperança, sonhos e também a inevitável dor do afastamento. A noite,
símbolo do término e do mistério, envolve esse instante de transição, fazendo
do chão, do porto de saída, um lugar de expectativa e saudade.
A Memória após a Partida
O último verso do
soneto celebra a memória como força vital que supera a separação física. Mesmo
após a despedida, o que foi vivido permanece, florescendo em lembranças e
fortalecendo vínculos invisíveis. A memória é a semente da saudade, mas também
o solo fértil onde brota a coragem de seguir em frente.
Partida e Renovação
Na ausência, nasce a
possibilidade de reinvenção pessoal. Cada partida, por mais dolorosa, encerra
em si a oportunidade de crescimento, de autoconhecimento e de descoberta de
novos horizontes. O adeus pode ser o início de um novo ciclo, em que o passado alimenta
o presente e prepara o futuro.
·
A partida ensina o valor do momento
presente.
·
Despedidas fazem aflorar emoções
genuínas e profundas.
·
O reencontro, quando possível, é ainda
mais celebrado.
·
Memórias partilhadas tornam-se tesouros
preciosos.
Conclusão
A “hora da partida” é,
antes de tudo, uma celebração daquilo que se viveu. Por mais que o tempo avance
e as distâncias cresçam, o que permanece é o afeto partilhado, a esperança do
reencontro e a força silenciosa da memória. Assim, mesmo nas despedidas, floresce
o humano desejo de eternizar aquilo que amamos.
domingo, 13 de julho de 2025
sábado, 12 de julho de 2025
sexta-feira, 11 de julho de 2025
quinta-feira, 10 de julho de 2025
As Lavadeiras do Mondego
Às margens do Mondego
Ao romper da alvorada,
no nevoeiro leve,
Deslizam figuras pelo
rio sagrado,
Lenços brancos na
cabeça, saias já gastas,
Mãos calejadas, olhos
de fado.
Lá vão as lavadeiras,
destemidas e firmes,
Com risos e cantigas a
ecoar pelo ar,
Entre pedras e espuma,
entre segredos e águas,
Lavam memórias que a
corrente vai levar.
O Mondego reflete as
histórias contadas
Por cada peça torcida
sob o sol a brilhar,
Suspiros de amores,
promessas guardadas,
Esperanças lançadas num
simples olhar.
Cada bata batida é um
verso escondido,
Cada sabão, um sonho a
escorrer;
Na dança das águas, no
cheiro do linho,
O tempo esquece-se de
correr.
Quando o dia se despede
e o vento amansa,
Recolhem as lavadeiras
o que é do seu labor,
Deixando nas margens
poemas de esperança,
Tecidos na espuma com
mãos de amor.
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A travessia da dor entre sombra e esperança Primeiro ato: O nascimento do sofrimento No princípio, a vida surge envolta em mistério, ...


