Música das Palavras
AS PALAVRAS SÃO UMA ARMA QUE DEVIDAMENTE PERFILADAS FEREM COMO LANÇAS E MATAM SEM DOR. SÃO ELAS QUE ALIMENTAM A MINHA VIDA OS MEUS SONHOS OS MEUS AMORES. IREI PERCORRER VÁRIOS CAMINHOS UNS ABRUPTOS OUTROS PLANOS, NALGUNS PREDOMINA O VERDEJANTE, NOUTROS OS CASTANHOS DA MINHA TERRA E ÁGUAS CRISTALINAS DESLIZANDO EM DIRECÇÃO AO MAR. VAI SER NESTA MESCLA DE ODORES SABORES E CORES QUE VOU PERCORRER ESTA TELA VIRADA PARA MUNDO.
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terça-feira, 9 de setembro de 2025
sábado, 9 de agosto de 2025
Poema sobre o Sofrimento Humano
A travessia da dor entre sombra e esperança
Primeiro ato:
O nascimento do sofrimento
No princípio, a vida
surge envolta em mistério,
Na face do ser, o traço
frágil do tempo.
Do ventre ao mundo, o
choro é já presságio
De uma trilha feita de
incerteza e de vento.
Desde o primeiro olhar
à luz, há dúvidas
Que se espalham pelo
corpo e pela mente,
Como rios que nunca
cessam o seu fluxo,
Como nuvens que
encobrem o sol nascente.
O sofrimento humano não
tem hora marcada,
Vem sutil, como névoa
sobre a madrugada,
Ou irrompe como
tempestade inesperada,
Arrancando raízes e
lares, sem nada avisar.
É a ausência, é o medo,
é o vazio no peito,
É o grito abafado, a
lágrima sem respeito,
É o silêncio que ecoa,
intransponível leito
Onde naufraga a
esperança sem jeito.
Segundo ato:
A multiplicidade da dor
Cada indivíduo carrega
o seu fardo secreto,
A dor se veste de mil
formas, mil nomes,
Vai do lamento
sussurrado ao pranto discreto,
À angústia que nunca
encontra onde se esconde.
Há quem sofra no corpo,
e quem sofra na alma,
Há dores que se
arrastam por anos sem calma,
Há perdas que
dilaceram, há culpas que inflamam,
Há sonhos despedaçados que nunca mais se
embalam.
O sofrimento das
multidões, estampado nos rostos,
É o retrato de guerras,
de fome, de exílio,
É o peso dos muros, das
cercas, dos postos,
É o abandono, o
desprezo, o desabrigo.
Há quem tema o futuro,
quem se prenda ao passado,
Quem se perca no
labirinto do presente,
Quem busque por
sentido, por abrigo sagrado,
Quem só encontre o frio
de um mundo indiferente.
Terceiro ato:
O ciclo do sofrimento
A dor é ancestral,
percorre séculos e eras,
Constrói monumentos,
destrói pontes, acende feras.
É filha da perda, irmã
do medo e da espera,
Companheira fiel das
horas mais severas.
Em tempos de peste, a
humanidade estremecida,
Viu nos olhos da morte
a sua própria ferida,
E no seio da dor,
buscou guarida,
Até que o tempo, lento,
curasse cada vida.
O sofrimento é também
poesia, é arte que se gera,
É a canção do exílio, é
o quadro de uma era,
É o verso tímido, a mão
que desespera,
É palavra que consola,
mesmo quando impera.
Quarto ato:
Resistência e esperança
Mas por entre ruínas,
brota a promessa:
Mesmo quando tudo
parece perdido, há quem persista.
A dor ensina — à força,
à coragem, à nobreza,
A cada queda, há um
recomeço à vista.
No olhar de quem sofre,
um brilho resiste,
A esperança é semente
que nunca se extingue.
Por entre lágrimas,
alguém insiste
Em plantar amanhã onde
o hoje não distingue.
O sofrimento une os que
na vida tropeçam,
É ponte invisível sobre
abismos profundos.
Em cada gesto de
empatia, os corações se aquecem,
Fazendo do humano o
mais belo dos mundos.
Quinto ato:
A travessia
A jornada é longa, a
estrada é incerta,
O sofrimento é sombra,
mas também é lanterna.
Ele ilumina o caminho
de quem desperta
Para o valor da vida, à
margem da caverna.
Em cada história
narrada, em cada rosto marcado,
Há uma lição que se
desenha, um destino traçado.
O sofrimento humano é
um livro inacabado,
Em cujas páginas há
dor, mas também há abraço.
Os poetas cantam o
sofrer
Não por deleite, mas
por entender
Que na dor se revela o
ser,
E na superação, o
renascer.
Sexto ato: O eco da humanidade
Quando o sofrimento se
alastra pelo mundo,
É preciso escutar seu
eco mais profundo.
Nas ruas, nos campos,
nos céus sem fundo,
Há vozes que clamam por
um segundo.
Que seja de consolo, de
presença, de abrigo,
Que seja de compaixão,
de partilha, de amizade.
Que não se ignore o que
está contigo,
Que não se negue o
valor da dignidade.
A grandeza da
humanidade está em não negar
Que todos sofrem, que
todos querem amar.
Que há beleza em tentar
aliviar
O peso do outro, o medo
de naufragar.
Sétimo ato:
O sofrimento e a esperança
Por fim, que se saiba:
o sofrer não é o fim,
É passagem, é gesto, é
busca por jardim.
No terreno árido,
cresce o capim,
E onde há dor, há
também clarim.
O sofrimento humano é
chama e é luz,
É sombra que ensina, é
estrada que conduz
A um amanhã onde tudo
reluz,
E o coração, enfim, se
traduz.
·
Que a dor seja ponte para a empatia,
·
Que o sofrimento se transforme em
poesia,
·
Que a humanidade encontre harmonia,
·
Na travessia entre a sombra e a alegria.
E assim, a jornada continua, entre
lágrimas e sorrisos — pois todo sofrimento é também oportunidade de revelar a
grandeza oculta no ser humano.
segunda-feira, 28 de julho de 2025
domingo, 27 de julho de 2025
sexta-feira, 25 de julho de 2025
quinta-feira, 24 de julho de 2025
terça-feira, 22 de julho de 2025
HORA DA PARTIDA
Reflexão sobre a Partida
O tema da partida é universal e atravessa culturas, línguas e séculos. Seja uma despedida breve entre amigos, a separação de familiares por longos períodos, ou o adeus definitivo, há sempre um misto de tristeza, esperança e renovação. No soneto acima, a “hora da partida” é simbolizada por uma brisa e pelo silêncio, elementos que marcam o início do afastamento e o peso de não saber o que virá. O eu lírico sente a ausência antes mesmo do último olhar, e o tempo torna-se um confidente silencioso do que fica por dizer.
A despedida, muitas vezes, revela aquilo que não foi dito e o que permanece por sentir. O vento, que embala e leva, é também metáfora do destino que conduz cada pessoa por caminhos diferentes. No peito, a esperança mistura-se ao medo, pois partir é lançar-se ao desconhecido, ainda que carregando memórias e promessas.
O Significado do Abraço na
Despedida
O abraço, simples gesto
de afeto, ganha significado especial no momento da partida. Não é apenas um
toque, mas a tentativa de prolongar a presença, de suspender o tempo entre o
agora e o depois. Cada abraço contém uma promessa de reencontro e traz consigo
pedaços de esperança, sonhos e também a inevitável dor do afastamento. A noite,
símbolo do término e do mistério, envolve esse instante de transição, fazendo
do chão, do porto de saída, um lugar de expectativa e saudade.
A Memória após a Partida
O último verso do
soneto celebra a memória como força vital que supera a separação física. Mesmo
após a despedida, o que foi vivido permanece, florescendo em lembranças e
fortalecendo vínculos invisíveis. A memória é a semente da saudade, mas também
o solo fértil onde brota a coragem de seguir em frente.
Partida e Renovação
Na ausência, nasce a
possibilidade de reinvenção pessoal. Cada partida, por mais dolorosa, encerra
em si a oportunidade de crescimento, de autoconhecimento e de descoberta de
novos horizontes. O adeus pode ser o início de um novo ciclo, em que o passado alimenta
o presente e prepara o futuro.
·
A partida ensina o valor do momento
presente.
·
Despedidas fazem aflorar emoções
genuínas e profundas.
·
O reencontro, quando possível, é ainda
mais celebrado.
·
Memórias partilhadas tornam-se tesouros
preciosos.
Conclusão
A “hora da partida” é,
antes de tudo, uma celebração daquilo que se viveu. Por mais que o tempo avance
e as distâncias cresçam, o que permanece é o afeto partilhado, a esperança do
reencontro e a força silenciosa da memória. Assim, mesmo nas despedidas, floresce
o humano desejo de eternizar aquilo que amamos.