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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Dormitar....



Este frio que demora a partir
Pela madrugada dentro
Cerro os meus olhos para sentir
O bater do coração e me concentro
Num ponto no infinito
Mesmo cá dentro
Sem desalento
O meu dormir
Do outro lado bem abafado
Ele dorme sossegado
Sinto o respirar
E por vezes o seu leve sonhar
E mais além do lado de lá da porta
Uma luz de presença quase não se nota
Mas ele lá esta entre mantas escondido
Nem se dá por ele de tão embrulhado
Naquelas mantas que o deixam sossegado
O dia esse tarda em chegar
Com o fim de semana que passa a correr
E a espera é longa é o nosso viver
Sempre perto e tão longe
Nem dá tempo para sofrer
Afinal neste País que se afunda
Nem o melhor timoneiro
Poderia atracar aqui o seu veleiro
Mandam-nos partir ou talvez sumir
Fazem da nossa terra uma coutada
E tiram-nos a nossa Liberdade

Palavras...



Um verso sem rima
Com cor e um pouco de dor
Um verso sem alma
Com sabor e odor
Palavras que se juntam em manifestação
Que falam de tudo e de  nada
Até dizem que não há coração
Perdem-se com chuva ou com sol
Em estradas inclinadas outras rectas e sem fim
Riem-se umas das outras e até choram
Quando sentem a dor de não ter sabor
São palavras e nada mais
São sonhos que não se concretizaram
Contos de outros tempos que findaram
Palavras nada mais do que isso

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Comboio em andamento



Longe os tempos da tempestade
Momentos que juntos vivemos
Viveremos pela simplicidade
Da vida que ambos queremos
Chorai agora que posso partir
Cerrando eles próprio para dormir
Chorai entre lágrimas salgadas
Entre lamentos perdidos
Entre ais e sofrimentos sofridos
Mas esse teu olhar doce
Ou diria antes agridoce
Que me deixa sentir
A brisa que paira no ar
O fumo que se transforma neblina
O perfume que sinto nas narinas
Olha-me e deixa-me sonhar
Um sonho que tarda em chegar
De paz dentro de mim
De momentos sem fim
E tudo treme na passagem
Mesmo que fosse para outra margem
Sobre um rio que conhecemos
Que tantas e tantas vezes percorremos
De olhares distantes pelo tempo
De miragens
Pois é a vida essa que nos persegue
E que nos acorda deste sonho
Dizendo-nos que afinal
Somos mortais como tantos outros
Que na penumbra dum quarto fechado
Sentem na própria pele a fome o frio e a desgraça
Essa mesmo sem graça
Que nos bateu à porta
Quando estávamos de viagem
Para lado de lá onde o Chico toca
E o gemido da sua guitarra
Nos deixar voltar a sonhar
Como alma sentida desta vez contraída
De vaidade do que se tem e não tem

ENTRE MAR...