A última viagem
Caí em mim sentado no parapeito
da janela
Onde o nevoeiro me toldava a
vista já fraca
Sem saber se caía
Ou me erguia
Desta agonia
Mais uma vez parto para parte
incerta
Onde os sonhos continuam sem
sentido
Ou quem sabe seja o fim do caminho
Levo no olhar como disse fraco a
Amizade
Um bolso cheio de nada nem de
sonhos
Mas parto para parte incerta de
certeza
Sempre com a mesma firmeza com
que cheguei
Do nada e nada levarei além da
Amizade
Esta não se vai nem me deixa
partir
Ficará aqui um pouco de mim e
quem sabe se voltarei
Sei que isso não vai acontecer
Porque sinto dentro de mim que é
o fim
“Meu coração da cor dos rubros vinhos Rasga a mortalha do meu peito brando E vai fugindo, e tonto vai andando A perder-se nas brumas dos caminhos. “ Florbela Espanca
Serei palhaço ou talvez não
neste meio do sargaço
Dentro de algo sem fim á beira
do mar onde me senti
Se me pergunto se quero partir
não sei mas sei que não vou ficar
E neste dilema tão grande de
mochila às costas e com filhos pela mão
Vou sair da beira do mar para
entrar na planície
Onde por certo terminarei a
viagem da minha vida
De mochila eu sei
Foi assim que comecei
Sem comentários:
Enviar um comentário